São Paulo e Cruzeiro começam a disputar nesta quinta-feira, no Morumbi, às 21h30, um lugar nas oitavas de final da Copa do Brasil renovando a disputa entre um técnico consagrado e cascudo, o cruzeirense Mano Menezes, e outro inexperiente, que está começando a carreira, o são-paulino Rogério Ceni. Mano é especialista em mata-matas; Ceni, quase um estreante.
O treinador do São Paulo está diante do maior desafio de sua curta trajetória. Desde a estreia, disputou classificações no Campeonato Paulista com times inferiores e vai pegar o Corinthians nas semifinais a partir de domingo. Vem implantando uma filosofia de jogo ofensiva, mas sofre com as oscilações da defesa, que não levou gols nos últimos três jogos. O Cruzeiro vai testar a evolução de suas ideias.
Como jogador, Ceni nunca venceu a Copa do Brasil. Esteve próximo em 2000 - próximo mesmo, pois o título estava garantido até os 44 minutos do segundo tempo - mas acabou perdendo a taça na cobrança de falta de Giovanni. O rival era o mesmo Cruzeiro. "O Cruzeiro é um time bem formado, com jogadores mais experientes do que os nossos. Vamos tentar fazer o melhor com o apoio do torcedor", disse Ceni.
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Mano Menezes sabe jogar competições eliminatórias. Chegou à final da Libertadores com o Grêmio, em 2007, e conquistou a Copa do Brasil em 2009, treinando o Corinthians. Uma derrota, no entanto, foi especialmente dolorida: para o Sport, na decisão da Copa do Brasil de 2008, pelo alvinegro paulista. "A equipe que quer passar precisa fazer bem os 180 minutos. Quando faz o primeiro muito ruim, fica inviável reagir. Tem que saber jogar com o regulamento, que é especial, e buscar o gol fora de casa. Esse é o caminho", receitou o técnico do Cruzeiro.
Independentemente do formato da disputa, o Cruzeiro está em grande fase. Após 19 jogos oficiais, a equipe é a única entre as 20 da Série A do Campeonato Brasileiro que se mantém invicta. Entre Sul-Americana, Primeira Liga, Mineiro e Copa do Brasil, o time obteve 15 vitórias e quatro empates. Além do badalado quarteto ofensivo, formado por Thiago Neves, Arrascaeta, Robinho e Rafael Sobis, que está fora do jogo no Morumbi, a equipe sofreu apenas dez gols. "Vai ser um jogo difícil, o Cruzeiro toma poucos gols. Vamos ter de pressionar e, principalmente, não podemos tomar gols", disse o atacante Wellington Nem.
Os números do histórico entre as equipes são favoráveis ao time paulista. Os dois já se enfrentaram 78 vezes, e o São Paulo tem o dobro de vitórias que o Cruzeiro. Nos jogos eliminatórios, no entanto, a história muda. Em sete oportunidades, o Cruzeiro se deu melhor em cinco - duas pela Copa do Brasil. Além disso, foram três encontros pela Libertadores, um pela Recopa Sul-Americana e outra pela Copa Ouro.
Logo após a vitória sobre o Linense por 5 a 0, sábado, Ceni determinou que não pouparia mais os atletas. A equipe vai entrar com sua melhor formação, com Pratto no comando do ataque enquanto Gilberto vai para o banco de reservas. Rodrigo Caio está recuperado de um estiramento muscular na coxa esquerda, mas o meia Cueva está fora da partida. "Ele vai fazer falta. É um jogador importante, mas vamos fazer um grande jogo", disse Luiz Araújo.
O substituto de Cueva deve ser Wellington Nem, que jogará mais centralizado. "Não é onde eu gosto de jogar. Gosto de jogar pela direita, mas se o Rogério pede e precisa, eu faço naturalmente e ajudo o time", disse o jogador. Até a tarde desta quarta-feira, 30 mil ingressos haviam sido vendidos para a partida.