Quase o dobro: 63 x 35. Foi com esse "peso" de jogos nas costas na temporada que Corinthians e Atlético-PR empataram sem gols em Mogi Mirim (SP), nesta quarta-feira, pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com o time principal mais descansado por ter relegado o Estadual ao sub-23, o Furacão aplicou um estilo de jogo sufocante e asfixiou o Timão em boa parte do jogo, embora não tenha convertido a superioridade na partida em vantagem no placar - o zagueiro Manoel quase o fez, mas a sua cabeçada em cruzamento de Bruno Silva parou no travessão de Cássio, no fim do primeiro tempo.
Desta maneira, Tite alcançou o sétimo 0 a 0 no Nacional, a décima igualdade em branco na temporada - é o time com mais placares assim neste Brasileirão.
Como os paranaenses só somaram um ponto e o Botafogo venceu o Náutico de virada no Recife (PE), os rubro-negros caíram para quarto lugar (45 pontos), e os cariocas pularam para a terceira colocação (46 pontos). Já o Timão continua patinando no meio da tabela: caiu para o décimo, com 36 pontos - são só quatro pontos acima da zona do rebaixamento.
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Sem Guerrero, Renato Augusto, Fábio Santos (lesionados) e Alexandre Pato (a serviço da Seleção Brasileira), o Alvinegro do Parque São Jorge remendou a defesa com Edenilson na lateral direita e Alessandro improvisado na esquerda. Sem referência no ataque, Emerson e Danilo sofreram para superar a força física da zaga formada por Manoel e Luiz Alberto no Furacão, que não contou com Paulo Baier, poupado.
Os visitantes pressionaram bastante a saída de bola corintiana, e os comandados de Tite recorreram aos chutões para sair jogando, sobretudo no primeiro tempo. Cléber e Gil formaram dupla de zaga inédita na frente de Cássio.
Com direito a chapéu em Guilherme, Everton foi o atleta mais acionado do Atlético-PR na etapa inicial. Caiu nas costas dos laterais rivais, principalmente Edenilson, e o impediu de subir constantemente ao ataque para tentar ajudar o Corinthians a furar a bem postada defesa atleticana. Marcelo também trabalhou para o coletivo: correu e marcou muito. Ederson, o artilheiro do campeonato (15 gols), teve exibição apagadíssima.
Inferior no confronto, o Corinthians só fez o goleiro Weverton trabalhar aos 26 minutos. Mas nem foi necessário tanto esforço. Ele apenas acompanhou, com os olhos, o chute de Guilherme, da intermediária, sem direção, que saiu por cima da meta.
Se o Timão não teve um protagonista no interior de São Paulo, o destaque negativo ficou por conta de Romarinho. Levou cartão amarelo ao simular falta duas vezes - para desespero de Tite - e chutou em cima de Weverton a oportunidade de gol mais clara para o seu time, aos 9 minutos do segundo tempo.
Quando o xodó da Fiel perdeu a chance, o Corinthians já havia melhorado e crescido de rendimento na partida. A entrada de Rodriguinho no lugar do sonolento Douglas no intervalo e as orientações de Tite mudaram um pouco o ímpeto corintiano em Mogi.
A ponto de o comando do duelo passar discretamente para os pés corintianos. Os escanteios deram trabalho para os rubro-negros, mas nada que alterasse o marcador. O lateral-direito Diego Macedo, ex-Bragantino, foi acionado nos instantes finais pelo treinador e estreou pelo Corinthians. Pouco tempo para mostrar serviço.
No próximo domingo, o Corinthians terá um clássico pela frente. E será visitante diante do São Paulo, no Morumbi, às 16h. Às 18h30 do mesmo dia o Furacão receberá o seu xará de Minas Gerais, em Curitiba (PR), no Durival Britto.