E o último time brasileiro se despediu da Copa Libertadores na noite desta quarta-feira. Sem conseguir reverter a vantagem do San Lorenzo, o Cruzeiro lutou muito no Mineirão, mas não passou do empate por 1 a 1 com os argentinos. Com o resultado, após derrota por 1 a 0 no jogo de ida, o atual campeão brasileiro foi eliminado da competição nas quartas de final.
Único time nacional ainda vivo na competição, o Cruzeiro precisava vencer por dois gols de diferença para alcançar as semifinais. Mas levou gol aos 9 minutos de jogo e ficou e se complicou no confronto. Em busca de três gols para reverter o resultado, só conseguiu empatar aos 25 da segunda etapa e, apesar da forte pressão e da expulsão de Romagnoli, passou em branco nos minutos finais.
Com a queda do Cruzeiro na Libertadores, será quebrada a sequência de títulos dos times nacionais na competição sul-americana. O Brasil faturou as últimas quatro edições do torneio com Atlético-MG, Corinthians, Santos e Internacional. A série de campeões brasileiros teve início depois que o Estudiantes venceu em 2009, justamente em uma final contra o Cruzeiro.
O revés também confirma a fraca campanha dos times brasileiros na Libertadores. Longe do domínio imposto nos anos recentes, o País viu seus seis clubes serem eliminados antes das semifinais, o que não acontecia desde 1991. Flamengo, Botafogo e Atlético-PR caíram ainda na fase de grupos, enquanto Atlético-MG e Grêmio se despediram nas oitavas de final.
O JOGO - Pressionado pela desvantagem no confronto, o Cruzeiro começou a partida em ritmo eletrizante. Brigava por cada bola, cada dividida e cada metro quadrado do gramado. Sem tempo a perder, partiu logo para o ataque, fechando os espaços do San Lorenzo, na tentativa de abrir rapidamente o placar.
A forte pegada ajudou a assustar a defesa argentina, mas na ânsia de ir para o ataque o time se esqueceu da defesa. E, na velocidade, o San Lorenzo surpreendeu o Cruzeiro e calou o Mineirão. Logo aos 9 minutos, Piatti recebeu dentro da área, cortou o marcador pela esquerda e bateu forte sem dar chance para o goleiro Fábio.
O gol fora de casa ampliou a vantagem dos argentinos. Para se classificar, o Cruzeiro agora precisaria marcar três gols. Mas a pressão parecia atrapalhar o time brasileiro. Aos 15, Marcelo Moreno desperdiçou grande oportunidade ao cabecear na pequena área, sem marcação, para fora.
Do outro lado, o San Lorenzo também levava perigo e teve chance incrível para "matar" o jogo aos 33. Em contra-ataque fulminante, Piatti recebeu sozinho na área e bateu quase na pequena área. Fábio fez grande defesa e evitou o segundo gol argentino.
Antes do intervalo, o Cruzeiro perdeu outra inacreditável oportunidade. Aos 46, Marcelo Moreno completou cruzamento para o gol e viu a bola acertar a trave esquerda do goleiro e percorrer a linha até acertar o pé da trave direita.
Com a obrigação de marcar gols, o técnico Marcelo Oliveira mandou Dagoberto a campo, na vaga do volante Nilton. Também trocou Julio Baptista por Ricardo Goulart. As mudanças movimentaram o ataque, que passou a pressionar o San Lorenzo. Aos 7, William mandou para as redes, mas a arbitragem assinalou impedimento.
A pressão aumentava a cada lance e a torcida acompanhava o crescimento do time. Marcelo Moreno, aos 19, e Dedé, aos 20, tiveram ótima oportunidade, mas pararam na defesa do goleiro Torrico. Aos 25, Bruno Rodrigo não desperdiçou a cabeceou para as redes, empatando o jogo.
Era só o início da pressão cruzeirense, que inflamava a torcida a cada chance desperdiçada. Marcelo Moreno acumulou outras duas grandes oportunidades, aos 27 e aos 28. A situação ficou ainda mais favorável para os brasileiros aos 32, quando Romagnoli acertou um tapa no rosto do atacante do Cruzeiro e foi expulso apenas 18 minutos depois de entrar em campo.
Mas o momento positivo não foi convertido em gols. Na base do desespero, o time brasileiro atacava sem organização e abusava dos cruzamentos. E o San Lorenzo, acuado, se segurava na defesa até assegurar o empate e a classificação para as semifinais.
Em busca de mais uma final, o experiente técnico Edgardo Bauza, campeão da Libertadores de 2008, à frente da LDU, terá pela frente o vencedor do duelo entre Lanús, da Argentina, e Bolívar, da Bolívia. Eles se enfrentam na quinta-feira depois do 1 a 1 na partida de ida.