O coordenador da Região Metropolitana de Curitiba para a Copa do Mundo, Alcidino Bittencourt Pereira, disse que a cidade pode deixar de ser uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 caso não seja assinado um contrato entre o Clube Atlético Paranaense e alguma empresa privada até 2 de julho. A afirmação foi feita hoje durante audiência pública na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle sobre os atrasos nas obras para a campeonato mundial.
O Atlético Paranaense, dono da Arena da Baixada - estádio escolhido para receber os jogos do mundial, precisa assumir R$ 30 milhões em investimentos. Porém, o clube diz não querer fazer dívidas e não há como o Estado repassar diretamente os recursos. Na opinião de Pereira, pode ser feita uma parceria com a iniciativa privada ou ser disponibilizado financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDESO Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social é uma empresa pública federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O banco financia principalmente grandes empreendimentos industriais e de infra-estrutura, mas também investe nas áreas de agricultura, comércio, serviço, micro, pequenas e médias empresas, educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e ambiental e transporte coletivo de massa.).
Dos mais de R$ 400 milhões previstos para investimento na capital paranaense, R$ 229 milhões serão do governo estadual em obras na área que cerca Curitiba. O restante virá da prefeitura para obras de infraestrutura na cidade.
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Recife
A cidade de Recife (PE) vai receber um novo estádio por R$ 464 milhões, de acordo com o coordenador do Comitê Pernambuco Copa 2014, Ricardo Leitão. Desse valor, 25% vêm da iniciativa privada e 75% do BNDES. A obra deve começar em julho deste ano e a conclusão está prevista para dezembro de 2012, a tempo de o estádio ser usado para a Copa das Confederações, que ocorre no ano seguinte.
Os investimentos em Recife serão feitos por Parceria Público-Privada (PPP). Também será construído um conjunto habitacional, a exemplo do que foi feito no Rio de Janeiro, com a vila do Pan.
Dos 72 projetos previstos na cidade, estão em execução a duplicação de rodovias e a ampliação do aeroporto. Para Leitão, a Fifa errou ao fixar 3 de maio para o início das obras das 12 cidades-sede porque os modelos de investimento são diferentes. Se no Nordeste é usada a PPP, em outras cidades são obras públicas e, no caso de São Paulo, Porto Alegre e Curitiba, são obras privadas.
Superfaturamento
O presidente da subcomissão permanente que fiscaliza os recursos públicos federais destinados à Copa do Mundo de 2014, Sílvio Torres (PSDB-SP), afirmou que, apesar das aparências, o cenário não merece elogios. Ele alertou para a possibilidade de ocorrer na Copa o mesmo que houve nos Jogos Panamericanos: superfaturamento.
Segundo o parlamentar, o governo aproveitou a Medida Provisória 489/10, que constitui a Autoridade Olímpica, para flexibilizar a Lei de Licitações (Lei 8666/93) nas obras dos aeroportos das cidades-sede da Copa de 2014. A MP autoriza a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeronáutica (Infraero) a gastar quase R$ 5 bilhões com a reforma de terminais e a contratar serviços em regime de urgência. "Isto já não é aceitável para as obras dos aeroportos, mas o pior é que abre um precedente", criticou Silvio Torres.
Visita ao Rio de Janeiro
Em 1º de junho, a subcomissão da Copa 2014 vai fazer uma visita técnica ao Rio de Janeiro. O grupo deve apresentar até o final do próximo mês um relatório sobre o andamento das obras e a organização da Copa.