O novo presidente da CBF teve um padrinho dentro da entidade. Em 2008, José Maria Marín foi indicado pelo presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Polo Del Nero, para assumir a vice-presidência da Região Sudeste. A relação entre os dois e o temor de um possível favorecimento aos paulistas levaram ao racha entre os mandatários de federações. O próprio Del Nero admite a "ciumeira".
"Pode ser até que haja (ciúmes) em um determinado momento, mas o José Maria Marín tem acompanhado como eu administro São Paulo", disse o presidente da FPF. "Certamente ele tem a maneira dele, mas a melhor forma de se administrar é: todos são iguais perante a lei. Da (federação) paulista ao Acre, ao Rio Grande do Sul, todos serão ouvidos da mesma forma", afirmou nesta segunda-feira, logo após o anúncio de Marín.
"Então, ele vai dar à minha pessoa, às outras federações, o mesmo carinho e a mesma atenção", prometeu. Na entrevista coletiva concedida ainda no auditório da CBF, logo após o anúncio da renúncia de Ricardo Teixeira, Del Nero usou, por mais de uma vez, expressões como "se ele administrar como eu", ou "na FPF, eu faço assim", como que indicando o caminho ao amigo.
Leia mais:
Londrina EC marca jogo contra o Maringá em Alvorada do Sul
São Paulo pode devolver Jamal ao Newcastle e abrir 2025 com só um lateral
'Corroendo por dentro', diz Gabigol sobre sofrimento com Tite no Flamengo
Brasília quer sediar final da Libertadores 2025, diz presidente da Conmebol
Indagado se Marín faria um revezamento com os outros vice-presidentes, respondeu que isto era "opinativo", e não caberia a ele "decidir". "Na FPF, faço algum revezamento, mas isso não quer dizer que ele deva fazer", afirmou.
GOVERNO - O presidente da FPF confirmou nesta segunda que já não havia diálogo entre Teixeira e a presidente Dilma Rousseff. "Sei que ele mantinha contato com os órgãos governamentais, no caso o Aldo Rebelo (ministro do Esporte), e as coisas fluíam normalmente. A presidente certamente tinha muita coisa para tratar", afirmou.
Del Nero tentou justificar o afastamento de Teixeira - antes tão próximo de Lula - do Palácio do Planalto. "Pelo que sei, não houve procura do governo federal para manter contato com o Ricardo Teixeira, nem o presidente teve interesse em procurar", disse. "Se ele tivesse procurado uma audiência e não tivesse sido recebido, seria uma coisa, mas ele nunca pediu para ser ouvido".