Técnico da seleção da Itália vice-campeã mundial em 1994, Arrigo Sacchi criticou a presença de "muitos jogadores de cor" no futebol de base do seu país, o que estaria prejudicando a qualidade dos grandes times e da sua seleção. Apesar do comentário preconceituoso, Sacchi negou ser racista.
O ex-treinador da seleção e do Milan fez a polêmica declaração ao criticar a forte presença de estrangeiros no futebol italiano. Na sua avaliação, muitas equipes estavam exagerando ao privilegiar a contratação de estrangeiros, ao invés de investir em jovens jogadores italianos.
"Eu certamente não sou racista e minha trajetória como treinador comprova isso, a começar por Franck Rijkaard [jogador negro que comandou no Milan], mas ao assistir o torneio de Viareggio, digo que há muitos jogadores de cor, até nas equipes de base", disse Sacchi, durante cerimônia de premiação, na noite de segunda-feira. "A Itália não tem dignidade ou orgulho, não está certo ver times com 15 estrangeiros."
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Ao ser questionado sobre suas declarações, Sacchi negou novamente que era racista. "Estou sendo mal interpretado. Você acredita que eu realmente seja racista?", disse aos jornalistas. "Eu só quis destacar que estamos perdendo nosso orgulho nacional e nossa identidade."
Sacchi tem como principais destaques em sua carreira o título de vice-campeão mundial em 1994 - foi derrotado nos pênaltis pelo Brasil na Copa do Mundo dos Estados Unidos - e as seguidas conquistas à frente do Milan: foram dois títulos europeus e um italiano na década de 80. Atualmente ele é colunista do jornal Gazzetta dello Sport e é comentarista de um canal de TV italiano.