A lentidão do Brasil nas obras para a Copa do Mundo de 2014 gerou críticas da Fifa na última semana. O secretário-geral da entidade, Jerome Valcke chegou a expressar publicamente esta insatisfação, ao afirmar que "não temos estádios, nem aeroportos". O "puxão de orelha" não foi bem recebido pelo ministro do Esporte brasileiro, Orlando Silva.
"A Fifa não puxa a orelha de ninguém, até porque não tem moral nem autoridade para isso. Assim como o governo brasileiro não puxa a orelha dela. O que acontece é que às vezes ocorrem divergências entre o governo brasileiro e a Fifa, e isso é natural. Cada um defende seu interesse e não se surpreenda se houver mais divergências até a Copa do Mundo", declarou, em entrevista à Rádio Estadão ESPN.
Apesar das críticas da entidade às obras no Brasil, a Fifa segue com o respaldo do País para a garantia de alguns privilégios. Entre eles, está a isenção tributária. "Quando o Brasil se inscreveu para tentar sediar a Copa do Mundo, a Fifa pediu 11 garantias ao governo brasileiro. Uma delas, foi a garantia de isenção tributária para ela e para os parceiros envolvidos com a organização do evento em si. Então foi um acordo", explicou o ministro.
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"O Brasil vai receber a Copa do Mundo e cada uma das 12 cidades receberão jogos da competição por decisão voluntária, não foi imposição da Fifa. O país se candidatou e cada cidade também, então foi um acordo", completou.
Entre essas cidades está São Paulo, que utilizará o novo estádio do Corinthians para sediar a competição. Apesar dos atrasos nas obras, Orlando Silva rechaçou a possibilidade de a capital paulista ficar de fora do torneio e garantiu que "prefeituras e governos estaduais vão cumprir o compromisso firmado".
Para isso, o governo também está ajudando, através do BNDES. "O BNDES faz um empréstimo. Vai emprestar para os estádios no Brasil como empresta para outros segmentos. A operação é bancária, o BNDES ganha com isso, cobra juros por isso e não tem nada de aportar dinheiro do governo federal", afirmou.
"Fazer a Copa em São Paulo traz ganhos para a cidade. Na Fórmula 1, por exemplo, a cidade ganha três vezes mais em impostos do que aquilo que aporta de recursos para investimento em Interlagos. Se São Paulo tivesse uma solução mais rápida, estaria garantida na Copa das Confederações e se ficar fora vai ser uma perda de arrecadação e de receita. Acredito que a solução que São Paulo deu é uma solução acertada", concluiu o ministro.