São Paulo - Que o Santos tem um time jovem e talentoso, ninguém discute pelos lados do Parque São Jorge. Afinal, não foi por acaso que os Meninos da Vila chegaram à final do Brasileiro. No entanto, há um detalhe para o qual poucos atentaram até agora, mas que, em conversas reservadas entre os atletas corintianos geralmente nas concentrações ou preleções é sempre citado: a fila de 18 anos do adversário.
Se por um lado ninguém diz acreditar que os santistas vão ''tremer'', muitos apontam a pressão pela falta de títulos na Vila Belmiro como preciosa arma do time de Carlos Alberto Parreira na grande decisão do Campeonato Brasileiro.
E quando o assunto é o título, vale até mesmo tripudiar em cima da desgraça do adversário. Os corintianos esperam que a ansiedade dos torcedores e dirigentes santistas, resultado da frustração pelo jejum de conquistas, contamine a equipe dentro do campo. Vale lembrar que parte da torcida santista realiza, ininterruptamente, protestos contra a falta de títulos.
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A forma encontrada para expressar a insatisfação foi fixar faixas de cabeça para baixo que só voltarão à posição correta quando puderem gritar ''é campeão!''
Como não têm nada a ver com isso, os comandados de Parreira torcem para que esse detalhe, de uma maneira ou de outra, possa beneficiá-los. ''É claro que isso (a fila) pesa'', afirmou o goleiro Doni. ''Por mais que digam que não, os jogadores estão dentro de um ambiente que, de uma forma ou de outra, acaba influenciando.''
Quem sabe! Já o treinador do Corinthians não descarta que a situação interna do adversário pode, de fato, ajudar seu time. Porém faz um adendo: ''Isso vai depender da forma como eles trabalharem esse aspecto'', afirmou. De acordo com Parreira, a pressão decorrente dos 18 anos de fila também pode ser utilizada como motivação.
Para justificar sua análise, ele recorreu a dois exemplos. O primeiro foi a Alemanha, campeã mundial da Copa de 1974. ''Me recordo que no jantar de confraternização, após o Mundial, conversei com o auxiliar-técnico alemão, o tal de Heddegott, e ele me disse que o time resolveu dar um basta depois de ter perdido em 66'', lembrou. ''O grupo se fechou e decidiu que, em casa, não deixariam o título escapar. E assim foi.''
Também lembrou do São Paulo de 1991, que venceu o Bragantino, então dirigido por Parreira. ''Eles vinham de duas finais frustradas e fizeram disso uma força extra para a final. Não deixaram a chance escapar'', recordou o treinador, ao se referir às duas decisões de Brasileiro perdidas pelo tricolor, em 1989, diante do Vasco, e no ano seguinte, contra o Corinthians.
Fonte: Agência Estado