O volante Marino, do São Bernardo (SP), registrou nesta sexta-feira (11) boletim de ocorrências na Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe), em Curitiba, após ter sido vítima de racismo no final da partida entre a equipe paulista e o Paraná Clube, válida pela primeira fase da Copa do Brasil, na última quinta-feira. Torcedores do time paranaense teriam chamado o jogador de macaco.
A partida estava nos acréscimos do segundo tempo, quando o Paraná encaminhava a vitória de 3 a 1 e a classificação para a próxima fase da competição. Marino havia sido expulso do gramado e deixava a partida. Sob insultos dos paranistas, o jogador entrou no vestiário da Vila Capanema e foi orientado pela diretoria do São Bernardo a registrar um boletim de ocorrências.
Em nota no site do clube, a assessoria de imprensa informou que o jogador ficou bastante abalado com a situação, pela qual passou pela primeira vez. O clube ainda publicou, em sua página inicial do site na internet, uma imagem com a frase "Diga não ao racismo #FechadoComOMarino". O delegado-chefe da Demafe, Clóvis Galvão, disse que o insulto configura em injúria racial e os responsáveis, se condenados, poderão pegar de um a três anos de reclusão.
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Marino foi ouvido na Demafe na tarde de ontem, junto com o preparador físico do São Bernardo, um repórter da Rádio Tupi e um segurança do clube, que foram testemunhas do caso. "Agora estamos atrás das imagens no sentido de identificar quem foram as pessoas que cometeram o ato", diz Galvão. A delegacia deve pedir ajuda para a imprensa e para o Tricolor para auxiliar nas investigações e fornecimento de conteúdo audiovisual.
Segundo o delegado, o Paraná Clube também será acionado para prestar esclarecimentos a respeito da denúncia. Em carta publicada no site do Tricolor, a diretoria se disse solidária ao jogador Marino e pretende auxiliar nas investigações para descobrir quem insultou o volante do time paulista. O clube paranaense divulgou tanto no site quanto em sua página no Facebook um e-mail para que torcedores que estavam na Vila Capanema possam ajudar com informações sobre suspeitos: [email protected].