As Ligas Europeias de Futebol Profissional (EPFL, na sigla em inglês), entidade que representa os organizadores das competições nacionais no Velho Continente, revelaram nesta quinta-feira forte oposição às mudanças na Liga dos Campeões, dizendo que as mudanças serão prejudiciais aos clubes pequenos e que o próximo presidente da Uefa deve reconsiderar as alterações adotadas no mês passado.
Em um comunicado divulgado após uma reunião do seu conselho de administração, a EPFL acusou a Uefa de implementar as mudanças sem o apoio das ligas domésticas da Europa.
A Uefa decidiu no mês passado garantir vagas adicionais na fase de grupos da Liga dos Campeões para os quatro países mais bem classificados no seu ranking. Com isso, Espanha, Alemanha, Inglaterra e Itália terão quatro lugares garantidos a partir da temporada 2018/2019.
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Além disso, a Uefa prometeu que a premiação anual aos 32 times da fase de grupos - o valor nesta temporada será de 1,32 bilhão de euros (R$ 4,76 bilhões) - terá "significativo aumento" para as três temporadas até 2021.
Em outras mudanças, os vencedores da Liga Europa vão se qualificar automaticamente para o a fase de grupos da Liga dos Campeões a partir de 2018. Atualmente, o vencedor precisa disputar os playoffs.
"As Ligas Europeias acreditam que a forma como este processo tem sido conduzido pela Uefa é inaceitável para uma organização que afirma ser o órgão do futebol na Europa", disse a EPFL. "Uma mudança importante no futebol europeu foi anunciada sem o apoio e o consenso dos organizadores das ligas de futebol domésticas da Europa. Esta decisão terá um impacto negativo sobre competições nacionais e vai levar a um crescimento exponencial na distância financeira e esportiva entre os maiores clubes da Europa e todos os outros".
A EPFL acusou a Uefa de violar o Memorando de Entendimento entre as duas organizações e ameaçou com a possibilidade de as ligas europeias agendarem suas partidas "como entenderem, incluindo os mesmos dias e o mesmo horário das competições de clubes da Uefa".
A eleição presidencial da Uefa entre o holandês Michael van Praag, vice-presidente da entidade, e o esloveno Aleksander Ceferin, que comanda a federação do seu país, está marcada para a próxima quarta-feira, em Atenas.