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Atrito

Marketing do Corinthians bate de frente com o futebol

Agência Estado
15 jan 2010 às 20:31

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Não há mais como esconder a relação conturbada entre os departamentos de futebol e de marketing no ano do centenário do Corinthians. De um lado, Luís Paulo Rosenberg louco para faturar alto com amistosos e venda de camisas, principalmente as de Marcelinho, o embaixador dos 100 anos do clube.

Do outro, Mário Gobbi e Mano Menezes preocupados que amistosos "sem propósito", como disse o técnico em entrevista ao JT, atrapalhem o time na importante participação na Libertadores, conquista que é obsessão de dez entre dez corintianos.

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"Não haverá mais amistosos para o Marcelinho jogar. Despedida é uma só. Não tem duas despedidas", garantiu Mário Gobbi. Para o diretor de futebol, o jogo contra o Huracán-ARG, na quarta, 3 a 0 para o Corinthians no Pacaembu, foi o último organizado pelo marketing, pelo menos até o final da Libertadores, em agosto.

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"Eu ficaria muito insatisfeito se tivesse sido o único jogo do Marcelinho e o único jogo comemorativo do centenário", rebate Rosenberg.

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Há um viés político nessa queda de braço. Ambos negam com fervor, mas tanto Gobbi quando Rosenberg são pré-candidatos a suceder Andres Sanches daqui a dois anos. O atual presidente, segundo o novo estatuto, não pode se reeleger.


BIRRA ANTIGA
O relacionamento futebol e marketing tem atritos desde o ano passado. Quando Ronaldo foi contratado, acabou levantada a hipótese de que Mano seria obrigado a escalá-lo, mesmo se o R9 não correspondesse.

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A polêmica cessou quando o craque demonstrou em campo que ainda era capaz de jogar em alto nível. Agradou tanto ao técnico, com gols decisivos, quantos ao marqueteiros, com camisas vendidas em abundância e contratos milionários de patrocínios.


Este ano, Rosenberg inventou dois novos modos de ganhar dinheiro: primeiro a contratação de Marcelinho como "Senhor do Centenário". O dirigente vislumbrou a chance de vender inúmeros produtos associados ao camisa 7, que tem uma legião de jovens fãs consumidores.

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O ideal seria que ele fosse contratado para jogar a Libertadores. Mano vetou. O jeito foi encaixar Marcelinho no amistoso contra o Huracán, o que irritou o técnico, que queria aproveitar o duelo para treinar o time que projeta.


Para evitar qualquer chance de o jogador pleitear vaga no elenco, Mano escalou um time reserva. "Conversei com o Marcelinho, só eu e ele, antes do jogo e fui claro com ele e ele comigo. E ele me disse que é ex-jogador", disse Mano.


A segunda fonte de renda sonhada pelo marketing são amistosos internacionais. Fabiano Farah, empresário de Ronaldo e de Roberto Carlos, começou a tratar de um jogo contra o poderoso Real Madrid, na Espanha, para agosto. Justamente no mês em que a Libertadores, por causa da Copa, terá suas finais. Daí o motivo de Mano citar amistosos sem propósitos que podem colocar em risco uma Libertadores.

"Esse jogo seria depois da Libertadores", alega Rosenberg. O estrago entre os departamentos, porém, já estava feito.


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