Presidente da Uefa e provável candidato à presidência da Fifa, Michel Platini defendeu nesta segunda-feira a ideia de que a Copa do Mundo passe a ter 40, e não mais 32 seleções, como tem sido desde a edição de 1998, realizada na França. Na opinião dele, seria essa a solução para incluir mais asiáticos e africanos no torneio.
"Eu totalmente concordou com o Blatter que nós precisamos de mais africanos e asiáticos. Mas ao invés de tirar vaga de um europeu, nós temos que aumentar para 40 times", afirmou o francês, em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal londrino The Times.
Já em pré-campanha para as eleições de 2015, Joseph Blatter afirmou, em sua coluna na revista da Fifa, publicada na semana passada, que Ásia e África merecem mais vagas na Copa do Mundo. A declaração não foi dada à toa. Os dois continentes, juntos, têm quase metade dos 207 associados à Fifa e, por isso, serão determinantes na eleição direta.
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Ásia (46) e África (54) somam 100 federações nacionais, contra 53 da Europa, por exemplo. Ainda assim, os europeus, com mais tradição no futebol, trarão 13 seleções à Copa do Mundo no Brasil, enquanto a África terá cinco representantes e a Ásia no máximo cinco - a Jordânia joga repescagem contra o Uruguai.
Pela proposta de Platini, Ásia e África ganhariam mais duas vagas já na edição de 2018 do Mundial, na Rússia. Mas a Europa e a América também teriam direito a levar mais duas seleções à Copa do Mundo. Nas contas de francês, a competição precisaria de apenas três dias a mais para ser realizada.
A Copa da Espanha, em 1982, foi a primeira a contar com 24 seleções, uma vez que até a edição anterior, na Argentina, eram apenas 16 participantes. Nova mudança no número de vagas aconteceu em 1998, quando o Mundial da França foi o primeiro com 32 equipes. As quatro edições seguintes (contando a do ano que vem) mantiveram a fórmula.
Ao defender a mudança, Platini mantém uma postura histórica. Afinal, foi exatamente com a proposta de ampliar os horizontes do futebol que ele foi eleito, em 2007, para a presidência da Uefa. No cargo, ele facilitou o acesso de clubes de países com menor tradição à Liga dos Campeões e à Liga Europa. Também aumentou o número de seleções na Eurocopa, que passou de 16 para 24, alteração que será posta em prática na próxima edição, em 2016.