O Palmeiras tem porte e história para ser comparado aos grandes times do mundo, mas neste domingo, com o rebaixamento à Série B, a comparação é mesmo com o Juventude, seu coirmão da Era Parmalat. Os dois são donos de um feito um tanto quanto peculiar: ser campeão da Copa do Brasil e rebaixado no Campeonato Brasileiro no mesmo ano, algo que o time gaúcho conseguiu em 1999. Com uma diferença: o Juventude foi beneficiado pela Copa João Havelange e não jogou a Série B no ano seguinte.
Foram 12 anos de hiato sem títulos nacionais de elite para o Palmeiras, entre a Copa dos Campeões de 2000 e a Copa do Brasil de 2012, no que a própria torcida chama de "década perdida". O recomeço parecia ter sido o título conquistado em julho passado, contra o Coritiba, mas o rebaixamento comprova que o tempo perdido ainda não acabou.
A reviravolta que o torcedor esperava ver pelo lado positivo acabou levando o clube para o lado contrário. Tudo parecia perfeito com o título da Copa do Brasil: o velho ídolo Felipão estava de novo no lugar mais alto do pódio, comandando um grupo coeso e brigador, a fama de sofrer contra times pequenos havia ido para o ralo, o elenco tinha ídolos como Valdivia, Barcos e Henrique e a presença na Copa Libertadores de 2013 estava garantida.
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Mas praticamente todas as conquistas comemoradas em julho foram por água abaixo em pouco mais de quatro meses. Com a desculpa da Copa do Brasil e da necessidade latente de um título, o Palmeiras começou muito mal o Brasileirão. Até ser campeão, o time somou cinco derrotas, três empates e uma única vitória na competição, já aparecendo entre os últimos colocados.
A promessa era de que tudo voltaria ao normal e a equipe cresceria quando passasse a focar só o Brasileirão. Mas não foi isso que aconteceu. Foram mais dois empates (São Paulo e Coritiba) até nova vitória, sobre o Náutico. Mas aí a má fase voltou, com sete derrotas em espaço de nove jogos. O primeiro turno acabou com o time somando apenas 16 pontos, já na zona de degola.
Quando o time somava 20 pontos em 24 jogos, Felipão caiu. O treinador, ídolo da torcida, já não conseguia mais controlar o grupo nem se relacionar com o vice-presidente Roberto Frizzo, a quem era subordinado. Também não era mais defendido pela torcida, incomodada com a má fase. O fim da relação deveria ser boa para o clube e para o treinador, mas pouca coisa mudou.
Quando Gilson Kleina chegou, as coisas pareciam que iriam melhorar e o time venceu Figueirense e Ponte Preta. Mas aí veio o São Paulo e uma derrota por 3 a 0 que recolocou o Palmeiras em péssima situação. Mais dois resultados adversos e a esperança renasceu depois de vitórias sobre Bahia e Cruzeiro. No entanto, além de um empate sofrido com o Botafogo, vieram as derrotas derradeiras para Internacional e Fluminense. Assim, o rebaixamento foi confirmado neste domingo, com duas rodadas antes do término do Brasileirão.
Para a Libertadores do ano que vem, a diretoria terá a incumbência de remontar boa parte do elenco e tudo isso em meio às eleições presidenciais que podem resultar em um choque de gestão. Com o rebaixamento, a torcida está saturada de diversos jogadores, o que deverá obrigar a diversas contratações para 2013. Até antigos ídolos, como o chileno Valdivia, têm futuro incerto.