Roberto de Andrade, presidente do Corinthians, avalia como "bom" o trabalho de Cristóvão Borges à frente do time no lugar de Tite e afirma, categoricamente, que fará uma avaliação do treinador apenas no fim da temporada, o que significa dizer que o Corinthians não trocará de comandante neste ano. Depois de várias rodadas com altos e baixos, e futebol questionável pela própria torcida, a equipe perdeu lugar no G4 do Brasileiro após empate com o Coritiba. Além disso, torcedores pedem pelas redes sociais a contratação de Roger Machado, demissionário do Grêmio e que já havia sido procurado pelo próprio Corinthians antes do acerto com Cristóvão.
"Não existe garantia de emprego a ninguém. Aqui não tem emprego vitalício. Isso não significa que vou mandar o Cristóvão embora. Costumamos avaliar o trabalho do técnico ao fim da temporada. Fazíamos o mesmo com Tite. Não será diferente", garantiu o presidente, em entrevista exclusiva ao Estado.
Andrade acredita que qualquer técnico teria dificuldades para assumir o Corinthians após a saída de Tite, responsável pelas maiores conquistas do clube. "Qualquer treinador que viesse teria problemas. Alguns jogadores também saíram depois que o Cristóvão chegou. Isso é um fator que atrapalha. Ele faz bom trabalho. É trabalhador, treina muito bem a equipe e os resultados vão surgir logo".
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Em quase três meses, o Corinthians de Cristóvão chegou à liderança do Brasileiro, mas foi ultrapassado pelo Palmeiras e não conseguiu recuperar posição. Depois de perder Bruno Henrique, André e Luciano, a equipe devolveu Elias ao Sporting. Sua saída aconteceu na véspera do jogo contra o Fluminense pela Copa do Brasil. Nessa partida, o técnico não podia contar com Jean e Gustavo, que atuaram por outros times.
Mesmo com tanta instabilidade, o Corinthians está entre os cinco melhores do Nacional e mantém-se vivo na Copa do Brasil - o jogo de ida foi 1 a 1 e a volta será na próxima quarta-feira.
O presidente descarta problemas no elenco. "Isso não existe. O que acontece é que esse time está demorando mais para ganhar formato em comparação a outros que montamos. Isso não significa que não há bom trabalho. Há, sim, e muito", garantiu.
Nas últimas partidas, Cristóvão vem sendo contestado por torcedores e até por conselheiros do clube por causa de alterações equivocadas na equipe. Ele foi vaiado pela primeira vez dentro de casa no empate (1 a 1) com o São Paulo no mês de julho.
Os exemplos mais recentes e hostilidade ocorreram na derrota para o Santos e no empate com o Coritiba. Na Vila Belmiro, o treinador trocou Giovanni Augusto por Williams. Em seguida, tirou o atacante Gustavo pelo meia Marquinhos Gabriel. As mudanças diminuíram as opções de ataque, o time recuou e o Santos virou o jogo.
Em Coritiba, na última quarta-feira, a crítica maior foi pelo fato de ele não ter feito alterações depois que o time da casa teve um jogador expulso. Conselheiros que pedem a saída de Cristóvão também apontam a falta de títulos em seu currículo. O ex-técnico de Vasco, Fluminense e Atlético Paranaense estava sem clube antes de chegar ao Corinthians. Logo em sua apresentação, admitiu que estava diante do maior desafio de sua carreira.