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Do Corinthians

'Quero continuar no São Paulo no futuro', diz Pato

Agência Estado
10 set 2014 às 13:18

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Foi num dia 30 de julho que a sorte de Alexandre Pato virou no São Paulo. Escalado contra o Bragantino por falta de opções no ataque, ele marcou um gol e iniciou uma sequência que o levou à titularidade incontestável: são sete tentos e uma assistência nas últimas nove partidas.

Com contrato até o fim de 2015, o atacante revelou ao Estado de S. Paulo que espera continuar no Morumbi ao invés de voltar ao Corinthians. "Vai depender de mim e do meu rendimento", diz. Mas não é só o São Paulo que está na sua mira; a boa fase o faz sonhar novamente com seleção. Europa? Por enquanto, voltar ao Velho Continente não o agrada.

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Até o jogo contra o Bragantino você era uma das últimas opções do elenco. O que mudou?

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Foi mais a opção tática do Muricy, ele encontrou uma formação onde eu me encaixava melhor e estou fazendo o que ele vem me pedindo. Estou me sentindo muito bem nessa posição e essa formação que ele encontrou me ajudou demais.

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E você, mudou alguma coisa? O Rogério e o Muricy chegaram a dizer que você precisava ser mais ligado.


Não mudei. Sempre entrei da mesma forma em todos os jogos, com a mesma motivação, sempre me cobrei muito para dar o melhor nos jogos, buscar o gol foi meu objetivo em todos os clubes em que passei, aqui não é diferente. Acredito mesmo que o que mudou isso foi a forma como passamos a jogar.

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As expectativas em torno de você foram exageradas por causa da sua qualidade?


As cobranças que eu tive até o período que joguei na Europa não foram exageradas e acho que correspondi. Fui mais cobrado e infelizmente tive uma pausa porque foi um período em que me machuquei muito e não foi legal, foram quase dois anos sem uma sequência de jogos. Foi por isso também que voltei ao Brasil, queria ter uma sequência sem me machucar, mas quando tive uma sequência acredito que correspondi.

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Chegou-se a especular que você tinha um problema crônico.


Quando comecei a ter as lesões, viajei para todos os lugares e fiz o que tinha que fazer, mas o período de transição para o campo não foi bem feito, o trabalho que fiz aqui no Brasil poderia ter sido feito lá. Alguns machucados foram mais fruto de um esforço a mais que eu tentei fazer, mas lesões mesmo não tive nem duas sérias, embora a mídia italiana muitas vezes dissesse que eram machucados. Quando vim para o Brasil, em uma semana estava bem. Muitas pessoas achavam que (o problema) fosse eu, mas felizmente os exames mostraram que o trabalho de transição foi mal feito, deveriam ter feito de uma forma que eu pudesse continuar jogando.

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O Brasil sempre foi sua primeira opção ou pensava em algo diferente?


Tive outras propostas, mas quando recebi a proposta do Corinthians achei que seria melhor pela questão da medicina. Conversei com os fisioterapeutas, com o treinador e vi que queria voltar ao Brasil, mas meu primeiro objetivo era ficar em pé, jogar sem me machucar. O primeiro ano foi o que esperei e conquistei o que queria, que era um ano sem me lesionar.

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Mas você também não conseguiu uma sequência no Corinthians.


O treinador tinha suas opções, mas o período que eu tinha em campo era para mostrar o meu melhor e acho que consegui fazer isso sendo artilheiro do Corinthians. Quando apareceu a oportunidade do São Paulo, não pensei duas vezes para aceitar.

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E por que você conseguiu isso no São Paulo?


Tive uma oportunidade e esse era o ano em que queria jogar sem pensar em mais nada. Fui muito bem recebido pelo professor e pelo grupo, isso fez com que eu pudesse mostrar meu melhor e me ajudou muito. Quando fomos para os Estados Unidos (na pausa para a Copa), tive uma conversa muito boa com o Muricy, que falou que contava comigo desde o começo do ano quando cheguei. Aquilo que o jogador mais espera é a sequência, você não pode jogar dois ou três jogos e sair, é difícil. Essa sequência me deixou à vontade e agora estou jogando e ajudando os colegas, tenho me encaixado bem na opção tática. Isso tem me deixado muito feliz.


É visível que você se sente mais à vontade agora. Consegue se ver jogando no Corinthians de novo?


Adoro o torcedor são-paulino, ele me recebeu muito bem desde que cheguei, mas tenho um contrato de empréstimo até o fim de 2015. Só penso no São Paulo agora, não penso no depois, só quero jogar e cumprir meu contrato.


Como tem sido o convívio com o Kaká? O que ele tem ajudado a melhorar o grupo?


Conheço o Kaká desde o Milan, é um amigo. Ele ajuda todos e todos o ajudam porque é um grupo muito bom. Ele, com a experiência que tem, está ajudando muito. Conversamos muito dentro e fora de campo e tudo isso ajuda.


Você acha que as pessoas pegam muito no seu pé?


A crítica é feita por vocês (imprensa) e torcedores, que têm direito de fazê-las. Tento absorver o que acho que sejam construtivas para melhorar, mesmo quando não gosto do que ouço.


Você já disse algumas vezes que é tímido. Isso pode passar uma ideia de que você não tem comprometimento?


As redes sociais aproximaram muito a pessoa pública do seus fãs e não deixo de usar o Twitter, o Instagram ou o Facebook para meus fãs; tem muitos que gostam e muitos que não gostam, mas tento mostrar o máximo do que sou nessas redes. Não é sempre que posso ter contato com os torcedores, por isso tento mostrar muito como é minha vida. Tenho meu modo de pensar e de fazer as coisas no campo, mas os torcedores podem ter certeza de que minha cabeça está no futebol. Penso muito nisso, tento sempre descansar ao máximo quando não estou jogando. Não deixo de viver minha vida, sou muito concentrado e sei das minhas responsabilidades e objetivos. Nada disso vai me atrapalhar.


E como está esse contato com a torcida?


Tem torcedores de outros times que me param na rua e falam 'eu torço para tal time, mas gosto muito de você e desejo muito sucesso'. Tento jogar meu futebol para que todos gostem de mim, mas não sei se vou agradar a todos.


Você teve um contato muito próximo com o Silvio Berlusconi, primeiro como chefe e depois como alguém da família (Pato namorou Barbara, filha do dono do Milan e ex-premiê). Como era essa convivência?


Minha relação com ele sempre foi igual dentro e fora do futebol. Ele sempre foi a mesma pessoa, me tratou super bem e trata as pessoas igualmente. Não tenho nada para falar de ruim dele; ele me levou para o Milan, tenho muito carinho por ele.


Ficou decepcionado por não ter sido convocado pelo Dunga para esses amistosos?


Penso no São Paulo, por enquanto é a minha seleção e preciso fazer por onde para ser premiado. Se não deu agora, tenho que continuar trabalhando para que minha oportunidade chegue nas próximas convocações.


Não ter ido para a Copa foi uma frustração?


Cheguei a ser convocado pelo Felipão, mas depois não tive uma sequência que me permitisse chegar à Copa e outros jogadores tiveram. Sim, é claro que eu queria estar, quem não gostaria de jogar uma Copa no seu próprio país? Mas não deu, tudo bem, agora vou buscar 2018.


Tem planos para o futuro? Como estrutura os próximos anos?


Quero continuar no Brasil. Depois do fim do contrato não sei como vai ser, mas quero continuar no São Paulo, mas isso depende de mim e do meu rendimento. No futuro me vejo no São Paulo, mas por enquanto preciso pensar nesse empréstimo.


Dá para buscar o título Brasileiro?

O Cruzeiro está muito bem encaminhado para ser campeão porque eles estão bem à frente, mas temos que pensar em nós, em fazer o nosso trabalho; ganhar o máximo de pontos que conseguirmos. Eles têm um plantel super bom, uma sequência ótima e uma boa vantagem, mas temos que fazer nossa parte.


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