Para Neymar, o Mundial é uma vitrine para mostrar aos europeus mais céticos que sua fama é merecida. Para Elano, como ele mesmo definiu, é a competição da vida. Para Ganso, a chance de recuperar o prestígio internacional que tinha antes de começar a se machucar com frequência. E, para Rafael, uma oportunidade de ouro para deixar claro que tem qualidade e nervos para realizar o sonho de ser titular da seleção nos Jogos Olímpicos de Londres.
A calma do goleiro impressiona. Ele não demonstra o deslumbramento que seria natural para um rapaz de 21 anos que será titular de um dos favoritos ao título. A imagem que passa é a de alguém concentradíssimo em fazer história novamente - foi o goleiro mais jovem a ser campeão da Libertadores como titular.
Com personalidade, Rafael aproveita os encontros com os jornalistas para desfazer o que segundo ele foi uma polêmica criada do nada. "Não é verdade que critiquei a bola do torneio. Tinha treinado com ela nos jogos da Seleção contra a Argentina e respondi que a achei um pouco leve, com uma trajetória instável, mas que até o Mundial teria tempo de me acostumar. E é isso o que está acontecendo, não tem drama nenhum".
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Ele também não quer fazer do frio um assunto muito importante. As baixas temperaturas, principalmente depois que o sol se põe (às 17h), são tema recorrente nas entrevistas. O goleiro, porém, não faz drama, tanto que já avisou que não vai jogar de calça comprida nem com a calça térmica que a maioria dos jogadores vestirá por baixo do calção. "Treino de calça, mas no jogo vou de calção mesmo. Eu prefiro, me sinto mais à vontade."
O Mundial pode fazer de Rafael um nome forte no mercado de transferências de janeiro na Europa. O Santos já recusou duas ofertas do Palermo, e o interesse do clube italiano por ele ficou congelado por causa da demissão do diretor-esportivo Sean Sogliano. Um bom desempenho no torneio pode reativar os contatos. E na Itália há rumores de que a Roma o está observando. O fato de ter passaporte europeu é um grande chamariz.
Se sair em janeiro, ele quer ir para um clube em que possa assumir a posição de imediato, porque ficar seis meses no banco de reservas pode deixá-lo fora da Olimpíada. Desta forma, ele deverá optar por permanecer no Santos por pelo menos até o meio do ano.
Sua saída ou não pode ser decidida nos pênaltis. Ele já mostrou que é um grande pegador, mas ainda não precisou decidir nada em tiros da marca da cal. Rafael repete o chavão de que o melhor é o time vencer sem que ele precise ter trabalho, mas se algum dos jogos for para os pênaltis ele terá a chance de mostrar sua habilidade - e seu ritual de ficar se movimentando lateralmente com os braços erguidos para tentar desconcentrar o batedor. "Tomara que a minha primeira decisão por pênaltis não seja aqui. Mas se for vou estar preparado para ajudar".