As situações de Emerson Sheik e Guerrero, que têm contrato apenas até o meio do ano, são as mais emergenciais no Corinthians. No entanto, Ralf também se incomoda com o futuro incerto. O volante tem vínculo até 31 de dezembro deste ano e gostaria de ser chamado pela diretoria para poder renovar o contrato. Em coletiva nesta quarta-feira, ele também mostrou-se chateado com os gritos de "mercenários" de parte da torcida.
"Chegar com seis meses para acabar o contrato deixa a gente um pouco balançado. Nunca deixei de trabalhar, a dedicação sempre existiu, independentemente dos atrasos. Sempre nos dedicamos. Ficamos chateados de sermos chamados de mercenários. A gente só exige mais respeito. Quando a vitória não vem, fica fácil crucificar. Somos profissionais, sabemos que as cobranças sempre vão existir, mas não aceitamos sermos chamados de mercenários. Aqui é todo mundo sério e pai de família", disse o camisa 5 do Timão, no CT Joaquim Grava, que disse compreender que as prioridades da diretoria são os casos de Sheik e Guerrero.
"Tenho mais seis meses de contrato, quero permanecer, todo mundo sabe disso. Quero conquistar mais títulos aqui. Quando uma negociação vai se arrastando, vai ficando indefinida, temos que pensar bem na carreira. Não sei o dia de amanhã. Até o fim do ano sei que estarei aqui, depois, não sei o que pode acontecer. Tem outros contratos para serem definidos antes, mas espero uma definição minha também", completou.
Leia mais:
Prestes a completar 31 anos em junho, o jogador não pensa em defender outro clube do Brasil a partir do ano que vem, apesar de já ter recebido sondagens nos últimos anos. Cruzeiro e até o rival São Paulo mostraram interesse, recentemente. Ele não vê com maus olhos ir para centros como China, Japão, Qatar ou Emirados Árabes.
"Não me vejo em clube algum que não seja o Corinthians, só posso entregar na mão de Deus. Não me vejo em outro clube daqui, da Europa muito menos. Aqui no Brasil acho difícil trocar o Corinthians por outro clube. Mas vamos ver o que é melhor. Espero resolver minha situação o mais rápido possível", afirmou.
Ralf estava na lista dos jogadores que tinham dinheiro de longa data a receber da diretoria. Antes do duelo contra o Guaraní (PAR), na quarta-feira passada, o clube recebeu um empréstimo bancário de cerca de R$ 7 milhões e quitou parte dos atrasados. As dívidas do volante chegavam a nove meses, e ainda falta o valor referente a quatro meses a receber. No caso dele, ainda há uma dívida em relação a compra de seus direitos econômicos, em 2012.
"Eu estava com nove meses de direitos de imagem atrasados. Nunca tinha passado por isso antes. Quitaram cinco meses comigo e com outros jogadores, que eram a parte mais pesada. Agora ainda estão devendo quatro meses. Comigo ainda tem outras pendências que ainda pesam um pouco. Mas a gente sabe que o Roberto (de Andrade, presidente) e a diretoria não estão medindo esforços para quitar. Nunca passamos por isso, é difícil para ele (Roberto) também, fica dias sem dormir, passando noites em claro, querendo dar uma boa resposta para nós. A gente sabe que estão tentando resolver e agradecemos o esforço também", concluiu o camisa 5, que é o jogador do elenco com mais partidas pelo clube (319 jogos, desde janeiro de 2010).