Para cumprir o que foi prometido à Fifa e entregar o Maracanã em fevereiro de 2013, a tempo da disputa da Copa das Confederações, o consórcio que realiza as obras de reforma do estádio e a Emop (Empresas de Obras Públicas do Estado do Rio) vão ter de acelerar o ritmo. O cronograma é apertado. O último balanço, a ser divulgado nos próximos dias, deve apontar 54% dos trabalhos concluídos, aferidos no último dia de maio.
"Tudo é apertado. Mas vai dar. Tem que correr muito", admitiu Ícaro Moreno, presidente da Emop, durante visita ao canteiro de obras do estádio na tarde desta sexta-feira. "Estamos com 5.500 homens trabalhando de segunda a sábado em dois turnos, com uma folguinha no domingo."
Os operários têm nove meses para completar os 46% restantes da construção. No momento, destaque para a colocação das vigas "jacarés", que darão sustentação ao anel intermediário das arquibancadas. Ícaro Moreno estipula que esse estágio da obra vai ficar pronto em meados de agosto.
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Uma parte crucial do projeto começa em cinco meses: a colocação da nova cobertura do Maracanã. O trabalho de levantamento das estruturas está marcado para outubro, no que é chamado pelos engenheiros de "big lift".
Apesar de admitir que o ritmo dos trabalhos precisa ser acelerado, Ícaro Moreno destaca a complexidade da empreitada. "É a obra mais difícil que a gente já fez, mais que o teleférico do (complexo de favelas do) Alemão. É um caldeirão de gente isso aqui. Na hora do almoço dá medo", ilustrou o presidente da Emop.
Segundo Ícaro Moreno, os ajustes no planejamento são diários. Em uma obra dessa magnitude, muitas coisas precisam ser repensadas na hora. São cerca de 6.400 tarefas realizadas ao mesmo tempo. "Se uma tarefa está atrasada ou adiantada, sentamos e analisamos, para que não tenhamos surpresa lá na frente", comentou o presidente da Emop, que, mesmo diante de tantos desafios, reitera confiança de que no último dia de fevereiro de 2013 as chaves do estádio serão entregues aos responsáveis.
O engenheiro destacou que todo os equipamentos e estruturas necessários para o restante da obra já foram comprados e estão em produção. Apenas o modelo das cadeiras que serão usadas nas arquibancadas, camarotes e demais setores do estádio ainda não foi definido.
Capitão do tricampeonato mundial na Copa de 1970, Carlos Alberto Torres visitou o canteiro de obras e se mostrou entusiasmado com o que viu. "Vai ficar muito diferente de quando eu era garoto. Mas acho que o torcedor vai ficar mais perto do campo e os jogadores sentirão um calor, uma energia maior. O novo Maracanã vai dar muitas alegrias ao povo brasileiro", disse o ex-jogador.