O São Paulo não joga mais no Morumbi no Campeonato Brasileiro. Nesta sexta-feira o clube foi julgado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por causa da confusão envolvendo seus torcedores organizados, a Polícia Militar, e torcedores do Corinthians, no Morumbi, durante o clássico entre as duas equipes, há duas semanas. O clube tricolor acabou punido com a perda de quatro mandos de campo. Já o rival só recebeu multa, de R$ 20 mil.
A oito rodadas do fim do Brasileirão, o São Paulo tem mais quatro jogos a fazer como mandante e todos eles terão que acontecer a 100km da capital: contra Portuguesa, Flamengo, Botafogo e Coritiba. O time ainda joga fora de casa diante de Inter, Atlético-PR, Fluminense e Criciúma.
Diante da possibilidade de Rogério Ceni se aposentar ao fim da temporada, quando se encerra o seu contrato, a partida diante do Atlético Nacional (Colômbia), provavelmente na próxima quarta-feira, pode ser a última oficial do goleiro no Morumbi. Isso porque, neste ano, o São Paulo só volta a jogar no seu estádio se avançar na Copa Sul-Americana. Por conta de um sorteio prévio, o clube será sempre visitante na competição.
Leia mais:
Londrina EC marca jogo contra o Maringá em Alvorada do Sul
São Paulo pode devolver Jamal ao Newcastle e abrir 2025 com só um lateral
'Corroendo por dentro', diz Gabigol sobre sofrimento com Tite no Flamengo
Brasília quer sediar final da Libertadores 2025, diz presidente da Conmebol
Já o Corinthians, que ainda cumpre pena de quatro mandos de campo por conta de uma briga entre a sua torcida e a do Vasco, no Mané Garrincha, em Brasília, terá que apenas pagar multa desta vez. O São Paulo também foi punido no bolso pela confusão envolvendo sua torcida: R$ 80 mil.
JULGAMENTO - Os dois clubes foram denunciados no artigo 213 do CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva), que fala em "deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto".
Na sua defesa, o São Paulo alegou que separou devidamente as torcidas adversárias por um muro, impedindo inclusive o contato visual, e que a confusão começou depois que "algum incidente" atiçou os torcedores. "Não há prova nos autos dessa troca de bombas. A TV pega tudo. E não pegou o início desse conflito. Não vimos bombas. Mas vamos entender que partiu do Corinthians. E isso foi uma reação", disse o advogado do São Paulo, Carlos Portinho.
Na argumentação do São Paulo, foi a PM quem potencializou o confronto. "A polícia generalizou e transformou todos ali em marginais. Colocou todos como bandidos e aí as pessoas reagiram diante de tal covardia", reclamou Portinho.
Na sequência, o advogado do Corinthians, João Zanforlin, fez a defesa do clube e ressaltou que as imagens levadas pelo São Paulo não mostravam a torcida corintiana. "Se tivesse algo da torcida do Corinthians você acha que não teríamos imagens aqui?", observou Zanforlin.
Após as explanações, o auditor Wanderley Godoy Júnior decidiu aplicar ao São Paulo a mesma pena que Corinthians e Vasco receberam pela briga de suas torcidas em Brasília: quatro mandos de campo e R$ 80 mil de multa. O voto foi acompanhado pelo relator, Lucas Lima, e por Paulo Henrique Bracks, presidente do julgamento.
O entendimento deles também foi de que não há provas do uso de bombas caseiras por ambas as partes, conforme mostrou relatório da Polícia Militar. Por isso a punição não foi mais dura e o Corinthians só foi multado.