O Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol voltou nesta quarta-feira às atividades após um 2013 cheio de polêmicas, entre elas, a que evitou o rebaixamento do Fluminense ao condenar a Portuguesa pela escalação indevida de um jogador suspenso. Entre as ações abordadas pela 3.ª Comissão Disciplinar do STJD nesta quarta, a primeira foi referente às brigas que ocorreram na partida entre Cruzeiro e Bahia, no dia 1.º de dezembro, no Mineirão.
Contra o denunciado Cruzeiro pesava o artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata da prevenção e da repressão que os clubes detentores do mando de campo das partidas devem fazer contra desordem dentro dos estádios. Na ocasião, houve um desentendimento entre três torcedores na arquibancada do Mineirão que foi rapidamente reprimido por policiais.
Mas ao fim da partida, fora do estádio, houve uma grande confusão entre duas organizadas do Cruzeiro, o que obrigou a polícia a utilizar bombas de efeito moral e spray de pimenta para conter a briga. A confusão até cancelou a festa do título armada para aquele dia. Porém, os auditores do STJD levaram em conta apenas o que aconteceu dentro do Mineirão e, considerado mínima a desavença ocorrida no local, absolveram o time mineiro por unanimidade.
Leia mais:
Com quase 80% de chance de título, Botafogo pode ser campeão nesta quarta
Londrina EC promete ter até 15 reforços para disputar o Campeonato Paranaense
Dez são presos por emboscada a cruzeirenses; presidente da Mancha continua foragido
Por que Palmeiras está atrás na disputa pelo título? Abel explica em livro
O presidente do Cruzeiro Gilvan Tavares compareceu para depor no julgamento e durante o depoimento enfatizou, ao defender o seu clube, que vem tomando atitudes contundentes contra a violência nos estádios e que essas medidas têm até provocado risco à sua vida. "Eu cortei todos os benefícios que eram dados às torcidas organizadas, mas aí as coisas pioraram, chegou ao ponto em que comecei a receber ameaças de morte", relatou o presidente.
Gilvan Tavares também disse que outros clubes deveriam aderir à luta contra a violência no futebol, acabando com as torcidas organizadas, e criticou a falta de medidas dos órgãos competentes quanto à causa levantada no tribunal. "Se o Ministério Público não faz (extingui as organizadas) e a Justiça não toma uma decisão, os clubes têm que tomar", defendeu.
Recentemente, o Conselho Deliberativo do Cruzeiro tomou uma atitude radical em relação às organizadas ao decidir a proibição do uso dos símbolos do clube em faixas, bandeiras, camisas e outros instrumentos usados para torcer.