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Doente por futebol

Torcedor tem ‘superantena’ parabólica para ver futebol do mundo todo

Redação Bonde com Portal da Copa
19 mai 2014 às 10:16

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- Thiago Cafardo/Portal da Copa
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Enquanto os jogadores se aqueciam para o clássico costarriquenho Saprissa e Alajuelense no gramado do Estádio Ricardo Saprissa, em San José, um torcedor a cinco mil quilômetros do local da partida se acomodava no sofá para acompanhar o duelo entre os rivais, realizado na semana passada. Em Fortaleza, assistir um jogo tão alternativo é possível graças à "superantena" parabólica do técnico em telecomunicações Elenilson Dantas da Silva.

Em poucos segundos, Elenilson consegue sintonizar 20 satélites diferentes e 500 canais abertos do mundo. Isso permite ao verminoso (termo usado no Ceará para definir um fanático por futebol) assistir a pelo menos 30 ligas nacionais e quase todos os campeonatos estaduais do Brasil. Além da Costa Rica, os torneios do Chile, Honduras, El Salvador, Nigéria, Kuwait, Angola e Grécia estão entre acompanhados por ele.

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"O da Grécia é complicado porque o GC [Gerador de Caracteres] é todo em grego. Se você não conhece a cor dos times fica difícil saber quem está jogando", diverte-se o torcedor do Fortaleza Esporte Clube. Mas a preferência de Elenilson no ‘lado B’ do futebol é mesmo pelo duelo costarriquenho. "O jogo é nem é tão bom, mas as torcidas são muito fanáticas. É impressionante", diz ele, que comprou a antena em 2004.

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Entre os campeonatos estaduais espalhados pelo Brasil, Elenilson conta que já acompanhou histórias inacreditáveis. "Em um jogo entre o Potiguar de Mossoró e o América de Natal, o narrador da TV local passou pelo menos cinco minutos chamando os times invertidos", relata. Num fim de semana, o torcedor chega a assistir 12 jogos espalhados pelo mundo.

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Thiago Cafardo/Portal da Copa
Thiago Cafardo/Portal da Copa



Copa


A relação de Elenilson Dantas com a Copa do Mundo é antiga. A primeira que ele acompanhou foi a de 1982, quando sua paixão pelo futebol despertou. E desde 1998 tira férias no trabalho durante os 30 dias de disputa do mundial. Para o Mundial de 2014, Elenilson garantiu ingresso para os seis jogos em Fortaleza. Também irá a Natal, na companhia do filho e de um amigo, para ver a partida entre Grécia e Japão.

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A paixão pelo futebol, aliás, já passou para o filho Pedro, de 12 anos. Neste ano, a dupla foi a todos os jogos do Fortaleza no Campeonato Cearense como mandante, dois fora de casa e um amistoso – total de 21 apenas em 2014.


Coleção

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Além da superantena parabólica, outra paixão de Elenilson é sua coleção de camisas de times. São mais de 300 uniformes – todos de equipes brasileiras e profissionais. No guarda-roupa futebolístico de Elenilson Dantas é possível encontrar camisas do Vilavelhense (ES), Gavião Kyikatejê (PA), Arsenal de Caridade (CE), Íbis (PE), São Cristovão (RJ) e Ji-Paraná (RO).


Thiago Cafardo/Portal da Copa
Thiago Cafardo/Portal da Copa


Para conseguir as camisas, ele geralmente liga para os dirigentes e faz plantão nos hotéis onde os times de fora do estado estão hospedados em Fortaleza quando vêm jogar contra as equipes locais. "Mas já cheguei a trocar camisa do corpo no estádio com torcedor adversário".

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Pelada imperdível


Duas passagens curiosas da vida de Elenilson exemplificam bem a loucura do cearense pelo futebol. Certa vez, em 1999, o técnico em telecomunicações aproveitou um feriado prolongado para assistir um jogo em Belo Horizonte, na quinta-feira, um em Curitiba, no sábado, e outro no Rio de Janeiro, no dia seguinte. "Estava em Ribeirão Preto para um curso. Aproveitei a folga e fui de ônibus de uma cidade para outra", relata.


Jogar futebol também é sagrado na vida de Elenilson. Ele conta que, para não perder o bate-bola semanal com os amigos, chegou a adiar o enterro da avó da esposa para a manhã de um domingo. "Cheguei na funerária e disse que precisava esperar os parentes chegarem do interior para o enterro", conta Elenilson.

O verminoso número um de Fortaleza faz questão de frisar que só consegue se dedicar tanto ao futebol graças à esposa Rosângela, que o acompanha às vezes aos jogos do Leão do Pici. "Ela é muito compreensiva".


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