A Uefa confirmou nesta quinta-feira que investiga o Manchester City por suspeitas de infrações às regras do Fair Play Financeiro. A entidade que rege o futebol europeu enviou o caso para um painel de juízes, que podem punir o atual bicampeão inglês até com a exclusão da Liga dos Campeões.
De acordo com a Uefa, o caso será analisado pela câmara adjudicatória pela Club Financial Control Body (CFCB), órgão responsável por julgar clubes acusados de infringir o Fair Play Financeiro. A entidade não revelou se enviou alguma recomendação à câmara. Não há prazo para o fim da investigação.
O investigador que será responsável pelo caso será Yves Leterme, ex-primeiro-ministro da Bélgica. Outro integrante do grupo é o português José Narciso da Cunha Rodrigues, que também faz parte da Corte Europeia de Justiça, sediada em Luxemburgo.
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O Manchester City é acusado de quebrar as regras relativas ao faturamento, ao gasto com transferências de jogadores e aos salários. Uma das possíveis punições, em caso de condenação, é a exclusão da próxima edição da Liga dos Campeões, a principal competição de clubes do mundo.
O painel de investigação de finanças dos clubes da Uefa abriu a investigação em março, levando em conta as informações publicadas pelo Football Leaks, iniciativa jornalística coletiva Documentos internos do City e e-mails entre executivos do clube foram publicados por uma série de reportagens lideradas pela revista alemã Der Spiegel.
De acordo com a reportagem, integrantes da diretoria do clube enganaram a Uefa por vários anos por ocultar que parte das receitas, que deveriam vir de acordos de patrocínio, vinham na verdade dos próprios proprietários do clube. As regras da Uefa limitam a injeção de dinheiro por parte dos donos.
Há suspeitas de que estes documentos, que foram a fonte das reportagens, foram roubados ou mesmo alvo de hackers. Mas o Manchester City nunca contestou a autenticidade deles. Nesta quinta, porém, o clube se manifestou logo após o anúncio da Uefa E classificou o caso de "insatisfatório" e chamou o procedimento de "hostil".
"O Manchester City está totalmente confiante em um resultado positivo quando o assunto é considerado por um órgão judicial independente. A acusação de irregularidades financeiras continua a ser totalmente falsa e a consulta do CFCB ignora um conjunto abrangente de provas irrefutáveis fornecidas pelo Manchester City FC à câmara", afirmou o clube, em nota.
No início desta semana, a agência de notícias Associated Press informou que autoridades do clube não estavam cooperando adequadamente com os investigadores da Uefa. Se punido, o clube inglês poderá recorrer à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês).