O ex-secretário-geral da Fifa Jérôme Valcke apresentou nesta terça-feira recurso à Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês), na Suíça, para tentar reverter punição aplicada pela Fifa no ano passado. Suspeito de envolvimento em venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo de 2014, o ex-dirigente fora suspenso por dez anos de qualquer atividade relacionada ao futebol.
De acordo com a CAS, Valcke tenta anular toda a punição que, inicialmente, chegou a doze anos de suspensão - o Comitê de Apelação da Fifa reduziu, depois, em dois anos a pena. A Corte informou que está abrindo um procedimento para avaliar o caso. Primeiramente, as partes vão apresentar seus argumentos em um documento escrito.
Depois, um painel de três auditores será formado para a realização de uma audiência. Somente após isso o painel vai deliberar sobre o caso para anunciar uma decisão final. A CAS não estabeleceu uma data ou cronograma para cada etapa do julgamento.
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Valcke, que chegou a pensar em uma candidatura para a presidência da Fifa, foi afastado depois que o Estado e outros jornais do mundo revelaram que o francês fechou acordos para ficar com parte dos lucros da revenda de ingressos para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, num esquema com ágio de mais de 200% nos valores das entradas e que teria envolvido mais de 2 milhões de euros (cerca de R$ 8,6 milhões) apenas para o bolso do dirigente.
As alegações apontavam para a organização de um mercado negro de ingressos operando dentro da própria Fifa. A denúncia foi apresentada por Benny Alon, empresário israelense e americano que desde 1990 trabalha com a venda de entradas para os Mundiais. Sua empresa, a JB Marketing, ainda apontou para o "desaparecimento" de 8,3 mil entradas para a competição e que teriam de ser vendidas por eles no torneio.