Anunciado na última segunda-feira como novo técnico do São Paulo, Muricy Ramalho foi oficialmente apresentado, no início da tarde desta terça, no CT da Barra Funda, local que conhece tão bem. De volta ao clube onde foi criado como jogador e teve passagem vitoriosa como auxiliar de Telê Santana na década de 1990, antes de virar o treinador tricampeão brasileiro entre 2006 e 2008, o comandante já chegou ao time com um discurso otimista.
Substituto de Paulo Autuori, Muricy elogiou o trabalho realizado pelo seu antecessor no cargo, e garantiu não temer arranhar a sua história vitoriosa no clube com um possível rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro - ele iniciará nova trajetória no Morumbi com o time iniciando o segundo turno da competição na 18.ª posição da tabela.
"Não pode ter medo, tem que trabalhar. O Felipão fez seu melhor e ganhou a Copa do Brasil (pelo Palmeiras no ano passado). Achei que poderia contribuir, por isso que aceitei. Senão poderia ter ido pro Catar, pois estavam me convidando. Estou muito acostumado a ficar muito tempo nos clubes. Claro que o São Paulo passa por um mal momento, mas podemos reverter isso e fazer um planejamento para o próximo ano", disse Muricy, para depois lembrar que na sua primeira passagem como técnico são-paulino também precisou motivar um elenco que acabara de ser campeão mundial, curiosamente sob o comando do mesmo Autuori de hoje, no final de 2005.
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"Quando cheguei no São Paulo o time era campeão mundial, mas eu tinha fome (de título) e precisei convencer o grupo e foi muito difícil fazê-los ter fome depois de conquistar tudo. É difícil falar não numa situação dessa, para o clube que me abriu as portas e me criou. Em todo lugar que eu vou, a torcida do São Paulo sempre pedia pra eu voltar. Estou voltando num momento difícil, mas vamos sair dessa", aposta.
O comandante também apontou o caminho para que o time saia logo desta situação dramática que vive no Brasileirão. "O São Paulo não tem experiência de estar nessa situação. Agora é menos discurso e muito trabalho, é só isso que resolve. Precisamos de resultado, não tem outra saída. Como? É na base do trabalho, saber que ninguém é mais importante que o clube e que todo mundo se doe um pouco pelo resultado", receitou.