O tenista americano Andre Agassi admitiu, em uma autobiografia publicada em livro, que usou cristal – uma poderosa droga sintética também conhecida como MD cristal, crystal meth ou ice, entre outros nomes – quando ainda estava em atividade, e que culpou seu ex-assistente para evitar uma suspensão pelo uso da substância.
No livro, Open, que está sendo publicado em capítulos pelo jornal britânico The Times, Agassi afirma que foi apresentado à droga em 1997 pelo seu então assistente, Slim.
"Slim despeja um montinho de pó na mesa de centro", escreve. "Ele o divide, inala uma parte. Ele divide novamente. Eu inalo."
Leia mais:
Tom Brady diz que ser pai é a tarefa mais difícil de sua vida
Whindersson contra comediante: quem mais luta no card de Tyson e Paul?
Evento esportivo que comemora os 72 anos de Alvorada do Sul está com inscrições abertas
Londrina sedia o Brasileiro de Kart após 25 anos; veja a programação
O cristal, que leva esse nome porque se parece a um pequeno cristal de gelo, é uma metanfetamina poderosa, que desperta uma sensação de euforia, mas também de pânico, e leva facilmente ao vício.
"Tem um momento de arrependimento, seguido de uma tristeza vasta", escreve o ex-tenista, sobre o seu primeiro contato com a droga. "Depois vem uma onda de euforia que leva embora todos os pensamentos negativos em minha cabeça."
"Nunca me senti tão vivo, tão cheio de esperança – e nunca senti tal energia", diz o tenista, que venceu oito Grand Slams e se aposentou em 2006.
Suspensão
Agassi, hoje com 39 anos, admite ter mentido à ATP, a associação de tênis profissional, sobre o uso de cristal para evitar uma suspensão.
O ex-tenista conta que foi contatado por um médico da ATP no outono de 1997 e informado de que havia sido reprovado em um exame de detecção de drogas.
"Meu nome, minha carreira, tudo está agora na linha de tiro. Tudo que conquistei, tudo pelo qual trabalhei pode significar nada em pouco tempo", escreve.
Como solução, Agassi resolveu mentir à ATP, alegando que usou cristal acidentalmente ao consumir um refrigerante de Slim.
"Dias mais tarde estou sentado em uma cadeira com um caderno no meu colo, e escrevo uma carta à ATP. A carta seguiu cheia de mentiras entremeadas com algumas verdades."
"Digo que Slim, que demitira desde então, é sabidamente um usuário de drogas que frequentemente batiza refrigerantes com cristal – o que é verdade. Daí vem a mentira central da carta."
"Digo que recentemente bebi acidentalmente um dos refrigerantes batizados de Slim, ingerindo sua droga sem me dar conta. Peço compreensão e boa vontade, e me apresso para assinar: Com os sinceros votos."
"Sinto-me envergonhado, claro. Prometo a mim mesmo que esta mentira é o fim de tudo."
Segundo Agassi, a ATP revisa o caso e decide absolvê-lo, livrando-o da suspensão mínima de três meses que ele teria de enfrentar.