Na noite da última terça-feira (21), no tradicional palco do vôlei Maracanãzinho, Bernardinho, 64, voltou ao comando da seleção após oito anos em um figurino diferente.
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Nada de explosões e gritos com os jogadores nos pedidos de tempo e tampouco pulos de desespero e mordidas de raiva na mão a cada ponto do adversário.
Bernardinho falou manso, buscou acalmar os jogadores a cada parada e quase não reclamou diante de tantos erros individuais e coletivos na dura derrota para os cubanos -menos pelo placar, de 3 sets a 1, e mais pelo nítido domínio do adversário na primeira rodada da Liga das Nações.
O técnico bicampeão olímpico (Atenas-2004 e Rio-2016) repetiu a estratégia nesta quinta-feira (22) na vitória por 3 a 2 contra os argentinos no mesmo ginásio. Esbravejou em alguns momentos, mas priorizou tapinha nas costas e carinho na cabeça dos jogadores, bateu palmas à beira da quadra e, em alguns momentos, só observou os comandados trocarem impressões nos tempos técnicos.
A Liga das Nações agora em curso é uma corrida mundial para as últimas cinco vagas olímpicas, mas vale bem menos para o Brasil, já classificado para Paris. Por isso, como Bernardinho tem repetido, o torneio será usado de ponta a ponta como preparação para os Jogos. Isso ajuda a explicar um Bernardinho ainda calmo no banco de reservas.
No ciclo olímpico anterior, o Brasil voou na Liga das Nações de 2021, atropelou a favorita Polônia na final e semanas depois decepcionou em Tóquio. Capengou na primeira fase, na semifinal e na disputa pelo bronze. Não convenceu em nenhum momento e saiu do Japão sem medalha, o que havia ocorrido pela última vez apenas em Sydney-2000.
Agora, entre a sua reestreia e uma eventual final olímpica, serão apenas 82 dias, prazo curtíssimo para mudanças drásticas em grupo no qual Bernardinho priorizou a base deixada por seu antecessor, Renan Dal Zotto.
Dono de sete medalhas olímpicas, sendo seis como técnico e uma como jogador, Bernardinho aposta na experiência, com pouca margem para surpresas até a convocação final dos 12 jogadores para Paris.
Parecem definidos os dois levantadores (Bruno e Cachopa), os ponteiros Lucarelli e Leal, os irmãos Alan e Darlan como apostos, os centrais Lucão e Flávio e o líbero Thales. Restariam então apenas três vagas.
Quase que definir todo o grupo olímpico à essa altura, de forma antecipada, é também uma forma de gestão, uma obsessão daquele antigo Bernardinho. Joga limpo com o grupo: a Liga das Nações é um torneio preparatório para as Olimpíadas e vale ainda para a definição das últimas vagas da seleção.
Bernardinho volta sem uma fartura de talentos de outros tempos. Chegará a Paris em uma segunda prateleira de favoritos, atrás por exemplo da Polônia de Leon, da Itália de Michieletto (que ainda briga por uma vaga) e da dona da casa França de Ngapeth.
Olimpíada é uma competição de tiro curto.
Bernardinho parece apostar na paciência, no planejamento e em uma mistura de outros ingredientes para colocar o Brasil com chances de tetracampeonato: evolução constante dentro da Liga das Nações, experiência de um grupo quase fechado e efeito gatilho dos Jogos, onde muitas vezes favoritos ficam pelo caminho e um time encaixa de repente e corre por fora até o Ouro.
A ver se até lá teremos um técnico manso ou enfurecido à beira da quadra.
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