As nove vitórias em nove jogos deram ao Brasil todo o favoritismo contra o Japão para conquistar uma vaga na decisão do Campeonato Mundial Feminino de Vôlei. Mas o time comandado por José Roberto Guimarães precisou suar muito para bater na manhã deste sábado as anfitriãs por 3 sets a 2, numa virada histórica em Tóquio, para ter o direito de fazer com a Rússia a repetição da final de 2006, em que as europeias ficaram com o título. As parciais foram de 22/25, 33/35, 25/22, 25/22 e 15/11, em duas horas e três minutos de jogo.
Desconcentrada, a equipe brasileira teve uma atuação irreconhecível nos dois primeiros sets, com excesso de erros de contra-ataques. Para piorar, ainda teve de assistir a show de defesas das nipônicas, que confirmaram o ponto forte de sua escola de vôlei. No entanto, o time de Zé Roberto melhorou a partir do terceiro set e, apesar do grande equilíbrio, contou com a experiência nos momentos decisivos para conseguir a virada.
Com o resultado, o Brasil manteve sua invencibilidade e ganhou o direito de buscar o inédito título mundial contra a Rússia, que bateu os Estados Unidos por 3 a 1 na outra semifinal. A decisão está marcada para as 8h30 (de Brasília) deste domingo. Antes disso, o Japão, que perdeu uma oportunidade de ouro para quebrar um tabu de 22 anos sem chegar à final, encara as ianques na disputa pelo terceiro lugar.
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As duas equipes se alternaram na liderança do placar em quase todo o primeiro set, mas o Brasil vacilou nos momentos decisivos e permitiu que o Japão abrisse dois pontos de vantagem em 21 a 19. Zé Roberto tentou a virada fazendo a inversão do 5-1, com Joycinha e Dani Lins, mas esta última errou um levantamento num momento decisivo e as donas da casa fecharam em 25 a 22.
O público que foi ao Yoyogi National Stadium testemunhou um fato histórico na segunda parcial: os dois times fizeram o set com mais pontos na história dos Mundiais femininos depois da mudança da contagem. O equilíbrio se estendeu até o Brasil tomar a dianteira em 24 a 23. Só que as garotas abusaram dos erros de contra-ataque e desperdiçaram nada menos que nove set points. Mais eficiente, o Japão virou em 33 a 32 numa falha de Jaqueline e fechou em 35 a 33.
O panorama continuou o mesmo no terceiro set. Os dois times abriam dois pontos de vantagem, mas viam o rival virar logo em seguida. Isso só mudou quando Sassá, que entrou no lugar de Jaqueline, fez 19 a 17. O Brasil manteve o domínio a partir daí e cravou 25 a 22 com dois pontos decisivos de Fabiana.
O Japão começou melhor o quarto set e ficou em vantagem até a segunda parada técnica. O Brasil passou à frente em 17 a 16 e, com Jaqueline de volta, contou com um bloqueio de Natália e uma bela largada de Fabíola no fundo de quadra para fazer 25 a 22.
Ironicamente, o tie-break foi o set mais fácil para o Brasil no jogo. Com três bloqueios seguidos, dois de Sheilla e um de Thaísa, o time abriu quatro pontos de diferença em 9 a 5 e desestabilizou as anfitriãs. O Japão chegou a reagir e diminuir a desvantagem para 10 a 8, mas novos bloqueios de Natália e Fabíola deixaram o jogo à mercê do Brasil. Fabiana, numa "china", marcou 15 a 11 e garantiu a vaga na final.