Especialista explica as diferenças entre os ingredientes processados dos chocolates e lista escolhas mais saudáveis
Na Páscoa, as prateleiras das lojas se enchem de cores, tamanhos, texturas e tipos de ovos de chocolate. Derivado do cacau, o chocolate é uma iguaria que agrada em cheio. Com aroma e sabor marcante, o alimento se transforma em uma diversidade de produtos que podem conter nos rótulos diversos termos como zero açúcar, zero glúten, zero lactose, diet ou light. Paloma Popov, professora de Nutrição do Ceub (Centro Universitário de Brasília), destaca os mitos e verdades envolvendo a indústria de chocolates.
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A primeira dica da nutricionista é consumir com equilíbrio e moderação. Do branco ao amargo - geralmente associado a mais propriedades funcionais devido ao alto teor de cacau - , para guiar o consumidor, Popov comenta que a nova rotulagem nutricional, obrigatória desde 2022, facilita a identificação de ingredientes como açúcar, gordura e sódio nos chocolates, inclusive nos ovos de Páscoa.
“Ao escolher um chocolate saudável, é essencial ler a lista de ingredientes e evitar aditivos desnecessários, como corantes, emulsificantes e aromatizantes. Os chocolates diet e light são classificados de acordo com a redução de certos ingredientes, mas é importante entender que essa redução nem sempre significa uma opção mais saudável”, pontua.
Atenção para o “diet”! Os chocolates para dietéticos podem substituir açúcar por adoçantes e gorduras adicionais, o que nem sempre é benéfico em termos de valor nutricional. Para a docente, os polióis, como sorbitol e xilitol, que servem para adoçar o chocolate, podem estar presentes em rótulos descritos como “sem açúcar”. Mesmo assim, o consumo deve ser avaliado com cautela, especialmente se não houver necessidade dietética.
Quanto aos alimentos light, a nutricionista explica que costumam reduzir pelo menos 25% de algum ingrediente, o que pode representar um valor menor em gordura ou açúcar e deve ser informado para o consumidor. “Quando um chocolate é light em gordura, comparado ao produto original da mesma marca, é possível identificar a redução de 25% daquele ingrediente”, considera.
A professora detalha que os polióis são carboidratos e que o consumo das porções dos chocolates com esses ingredientes deve ser moderado. Ela comenta ainda que é fundamental priorizar chocolates com listas de ingredientes curtas e reconhecíveis, o que indica menor processamento.
Chocolate saudável
O cacau (Theobroma cacao) é um fruto originário da América do Sul e da América Central, popular pela concentração de compostos fenólicos, sabor e por ser matéria-prima do chocolate. O cacau e derivados, consumidos em dieta balanceada, têm efeito antioxidante, antiaterosclerótico, previnem dislipidemias e podem ter influência contra o envelhecimento dérmico. Assim, o consumo de chocolate pode trazer benefícios para o sistema cardiovascular, ter influência em dislipidemias e retardar o envelhecimento cutâneo.
Conforme a especialista, são considerados chocolates saudáveis aqueles que oferecem mais propriedades funcionais, geralmente encontradas em produtos com um teor de cacau mais elevado. “Quanto maior esse teor, maior tende a ser o número de propriedades funcionais presentes”. Para consumir o chocolate de forma saudável, Paloma destaca as opções orgânicas que utilizam açúcares alternativos, como açúcar de coco ou mascavo.