No dia do cão-guia, última quarta-feira do mês de abril, dia 28, o IRIS, Instituto de Responsabilidade e Inclusão Social referência no setor, comemora a data com o feito de mais de 40 cães-guias entregues para pessoas com deficiência visual no país. O instituto é responsável por treinar e doar cães-guias para cegos contemplados em seu programa de doação. O tema é de extrema importância para a sociedade, estima-se que existam cerca de 200 cães-guias em circulação no Brasil hoje.
De acordo com o último censo realizado no país (2010), 6,5 milhões de brasileiros apresentam deficiência visual severa, cerca de meio milhão de habitantes do Brasil são completamente cegos e 6 milhões têm grande dificuldade de enxergar. "Poder contribuir para aumentar a inclusão social dos cegos é muito gratificante porquê estamos ampliando o universo de atuação destes usuários em todos os aspectos, contribuindo muito para sua qualidade de vida”, afirmou José dos Santos Filho, presidente e cofundador do IRIS.
Desde seu nascimento até a entrega do cão-guia, o processo leva em média 18 meses para ser concluído e cada cão-guia custa ao IRIS aproximadamente 50 mil reais. "Hoje, como já temos a expertise do processo de treinamento e a experiência, conseguimos preparar um cão-guia por este custo, mas gostaríamos de ampliar estes números”, acrescentou o presidente. Atualmente, a lista de espera por um cão-guia no Instituto tem aproximadamente 3 mil nomes e todo o custo de treinamento é absorvido pelo IRIS.
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Processo de treinamento de um Cão-guia
O processo começa com a seleção dos filhotes, priorizando aqueles cães que apresentam boa saúde, bom temperamento e espírito de liderança. A segunda etapa é a socialização, na qual os cães são recebidos por famílias voluntárias que conduzirão a educação inicial do cão. Na terceira etapa, o cão retorna para a escola e participa de um treinamento onde receberá treinamento especiais com profissionais com formação técnica. Após todo esse preparo, é realizado o vínculo entre cão e o usuário e, por fim, o processo de transferência, no qual o time de graduados (cão e usuário) passa a ser instruído nas áreas onde decorrerá a vida conjunta da dupla.
Outro fator de extrema relevância é a conscientização por parte da sociedade da importância do cão-guia para o usuário. "Infelizmente ainda temos que lidar com constrangimentos em alguns estabelecimentos comerciais que barram ou hostilizam a entrada de cães-guias, isso é vexatório para o usuário e muito triste para todos nós, por isso o IRIS luta por essa causa e continuará lutando”, enfatizou o presidente. O IRIS lembra que a lei 11.126/2005 garante o acesso de todo cão-guia, devidamente treinado e identificado, em qualquer local de uso público e continuará advogando pela valorização dos direitos humanos.