Em 1º de novembro, o Brasil registrava, pela primeira vez desde abril de 2020, média móvel de mortes por Covid inferior a 300 vidas perdidas por dia. Trinta dias depois, agora em meio a uma nova variante que assusta o mundo, a marca permanece nessa faixa.
Nesta terça-feira (30), com as 326 mortes registradas, a média móvel de óbitos ficou em 231 vidas perdidas por dia, cenário de estabilidade (sem variações maiores do que 15%) em relação ao dado de duas semanas atrás.
Também foram registrados 10.161 casos, o que levou a média para 7.781 infecções por dia, queda de 17%, também em relação a duas semanas atrás. É a menor média desde 8 de maio de 2020, quando ela era de 7.752 casos diários.
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O país assim chega a 614.754 mortes e a 22.093.195 pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2 desde o início da pandemia.
Os dados podem parecer positivos, mas há alguns pontos a se levar em consideração.
"Estamos comemorando ter saído de uma situação de queda de 15 aeronaves por dia para 1 por dia", diz Jamal Suleiman, especialistas do Instituto de Infectologia Emílio Ribas. "Quando falamos de mais de 200 mortes por dia de uma doença imunoprevenível, passa a impressão de que algo está sob controle. Só que não.
Segundo Suleiman, não é razoável que ainda haja esse tanto de pessoas morrendo por uma doença que pode ser prevenida por vacinas, no momento amplamente disponíveis no Brasil.
O especialista afirma que de cada 10 internações no Emílio Ribas por Covid grave, 8 são de pessoas que não se vacinaram.
Suleiman diz que é possível reduzir ainda mais os números relacionados à Covid no Brasil.
Os dados do país, coletados até 20h, são fruto de colaboração entre Folha de S.Paulo, UOL, O Estado de S. Paulo, Extra, O Globo e G1 para reunir e divulgar os números relativos à pandemia do novo coronavírus. As informações são recolhidas pelo consórcio de veículos de imprensa diariamente com as Secretarias de Saúde estaduais.
A iniciativa do consórcio de veículos de imprensa ocorreu em resposta às atitudes do governo Jair Bolsonaro (sem partido), que ameaçou sonegar dados, atrasou boletins sobre a doença e tirou informações do ar, com a interrupção da divulgação dos totais de casos e mortes. Além disso, o governo divulgou dados conflitantes.