Corpo & Mente

Nem toda sensação de enjoo e tontura é sinal de labirintite

12 mai 2020 às 11:10

Segundo uma pesquisa de 2017 da OMS (Organização Mundial da Saúde), cerca de 30% da população mundial já sofreu com tonturas pelo menos uma vez na vida. Mas, ao contrário do que muitos pensam, nem toda tontura é provocada por labirintite.

Especialistas ouvidos pelo Agora afirmam que é comum pacientes chegarem aos consultórios afirmando estar com a doença. A questão é que o termo labirintite tem sido usado de forma genérica nesses casos e, em grande parte das vezes, não é o diagnóstico correto.


"É igual falar que qualquer doença no coração é cardiopatia. Há milhares de doenças do coração. Assim como há centenas de labirintites. O fundamental é o médico fazer os exames para identificar o problema", diz o otorrino Jamal Azzam.


Ele explica que a tontura pode ser provocada por problemas no cérebro –como a esclerose múltipla–, visuais e cervicais, por doenças como o diabetes ou ainda um efeito colateral de medicamentos, álcool, nicotina, cafeína, dentre outras substâncias. Por isso, os especialistas fazem tanto exames específicos quanto testes neurológicos.


Apenas depois de o paciente ser analisado e a labirintite confirmada é que o médico dá início ao processo para detectar a causa.


"A labirintite tem várias causas. Não se pode colocar no mesmo balaio tontura, sensações de desequilíbrio, de flutuar sobre ovos e de pender para um lado, ou ver tudo girando. O segredo não é o remédio para curar os sintomas, mas descobrir o que os causaram", fala Cicero Matsuyama, otorrino do Hospital Cema.


Segundo Jamal Azzam, labirintite é só quando há inflamação no labirinto, um pequeno espaço na parte mais interna do ouvido, que controla o equilíbrio. Normalmente, provocada por infecção viral ou bacteriana. Por isso, o termo correto deveria ser labirintopatia, que é relacionada com a audição e o equilíbrio, mas sem uma infecção.


Quando, por exemplo, temos a sensação de náusea ao andar de barco, avião, carro ou algum brinquedo giratório, é porque pequenos cristais dentro do labirinto se movem e acabam alterando a comunicação com o cérebro, o que causa a sensação de vertigem.


Mas há outras causas bem comuns nos dias atuais: a ansiedade e o estresse, físico ou psicológico. Esses fatores também desencadeiam as labirintopatias, provocando enjoo e vômito. Por isso, Cicero Matsuyama tem uma sugestão para evitar uma crise.

"Além da dieta e de hidratação, uma boa solução é fazer meditação, ou ioga, para controlar as emoções."


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