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Vacinação contra a covid-19

Entidade médica critica Conselho Federal de Medicina por equiparar crenças pessoais à ciência

Redação Bonde com Agência Brasil
15 jan 2024 às 08:50

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- Geraldo Bubniak/AEN
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Nesta quinta-feira (11), a SBIM (Sociedade Brasileira de Imunizações divulgou um posicionamento em que critica a pesquisa conduzida pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) para saber a opinião dos médicos sobre a obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19 em crianças de 6 meses a menos de 5 anos.


No formulário disponível, o CFM alega que está conduzindo a pesquisa "para entender a percepção dos médicos brasileiros" sobre a obrigatoriedade da imunização de crianças, e afirma que a opinião dos profissionais "é fundamental para enriquecer a análise e contribuir para a tomada de decisões futuras".

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Para a SBIM, a pesquisa equipara as crenças pessoais dos médicos à ciência, o que pode gerar insegurança na comunidade médica e afastar a população das salas de vacinação.

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"A SBIM entende que a pesquisa realizada pelo CFM não trará nenhum benefício à sociedade", afirma instituição científica.

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MORTES POR COVID-19


A SBIM lembra que a covid-19 foi responsável por 5.310 casos de SRAG (síndrome respiratória aguda grave) e 135 mortes entre crianças menores de 5 anos no Brasil em 2023, de acordo com o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, que reúne dados até novembro.

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Além disso, desde o início da pandemia, houve 2.103 casos de SIM-P (Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica), considerada uma manifestação tardia da covid-19, com 142 mortes.

Diante disso, a sociedade ressalta que a vacinação contra a covid-19 é uma estratégia comprovadamente eficaz e segura para a prevenção da doença, potencialmente fatal também entre crianças.

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A segurança da vacina é reforçada pelo último boletim de monitoramento de Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação e à Imunização publicado pelo Ministério da Saúde. Segundo o documento, após a aplicação de mais de 47 milhões de doses em pessoas menores de 18 anos, entre 18 de janeiro de 2021 e 31 de dezembro de 2022, a grande maioria dos eventos propriamente ditos foram leves ou moderados, como dor de cabeça, febre, dor muscular e outras reações esperadas.


Além disso, a SBIM argumenta que o Brasil dispõe de pelo menos dois dispositivos legais que estabelecem a obrigatoriedade da vacinação de menores de 18 anos, os artigos 227 da Constituição Federal e 14 do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que determina em parágrafo único que "é obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias".

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RESPOSTA


Em texto com título de "Nota aos Brasileiros", o CFM afirma que em nenhum momento contestou a decisão de disponibilizar a vacina contra a covid-19 para a população infantil. O conselho diz que sua pesquisa decorre de inúmeros pleitos encaminhados à autarquia e visa apenas conhecer a "percepção do médico brasileiro sobre a obrigação imposta aos pais para que as crianças de 6 meses a 4 anos e 11 meses sejam vacinadas, independentemente de prescrição médica da vacina contra covid-19".

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O CFM acrescenta que já realizou consultas sobre outros assuntos e defende que "os médicos têm opiniões com base em conhecimento técnico-científico, são profissionais, pesquisadores e estudiosos em diversas áreas da ciência médica e por isso mesmo, são capacitados a se manifestarem".


Sobre a nota da SBIM, o conselho afirma que "respeita o direito de outras entidades médicas se posicionarem sobre a realização da pesquisa, entendendo que essas manifestações enriquecem o debate ético e científico, desde que não atendam a interesses pessoais, políticos, ideológicos ou financeiros".


A autarquia conclui dizendo que empenha total apoio às ações empreendidas para ampliar "a cobertura de vacinas que ajudam na prevenção e combate a doenças", citando como exemplos as de poliomielite, sarampo, meningite, rubéola e tuberculose.


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