Nesta quarta-feira (30), uma tenda será montada na praça Rui Barbosa, no centro de Curitiba para fazer testes rápidos de diagnóstico de Hepatite B e C na população. Os testes acontecem das 10h às 17h.
A iniciativa da Secretaria Estadual da Saúde faz parte das ações do Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, celebrado nesta segunda-feira (28). A preocupação é maior com as hepatites do tipo B e C, que apresentam alto poder de transmissão. Para essas doenças, a prevenção e o diagnóstico precoce são prioritários.
A importância desta estratégia foi reforçada no encontro, em Curitiba, de mais de 300 profissionais de saúde de todo o Paraná. Especialistas afirmam que quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maior é a chance da pessoa conviver com a doença, sem sofrer com sua forma aguda ou desenvolver quadros de cirrose e câncer. Estes dois tipos de hepatites têm tratamento gratuito na rede de pública de saúde.
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Segundo o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, o principal desafio no enfrentamento das hepatites é o diagnóstico, já que a forma crônica da doença evolui de maneira gradativa e silenciosa.
"Na maioria dos casos a pessoa não apresenta sintomas aparentes. Ela só percebe que está com hepatite quando a situação já é grave, o que dificulta muito o tratamento", explica.
TESTES RÁPIDOS - Somente em 2013, o Paraná registrou 1.821 novos casos de hepatite B e 939 de hepatite C. Os números são maiores que em 2012, quando foram 1.733 do tipo B e 923 do tipo C.
O motivo desse aumento é a melhoria no diagnóstico, com a implantação dos testes rápidos nos 399 municípios do Estado. Segundo o levantamento, a incidência de casos é maior no oeste e sudoeste.
De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, pelo menos 2,6 mil profissionais estão capacitados para realizar o teste no Paraná. "É um exame simples e rápido que está acessível a toda a população paranaense", ressalta.
Todo o processo é feito em cerca de 30 minutos e a pessoa já sai com o resultado e encaminhamento para tratamento, se necessário.
PREVENÇÃO – Cada tipo de hepatite tem sua própria forma de transmissão. Elas podem ser causadas por vírus, uso de alguns medicamentos ou consumo de álcool e outras drogas.
No caso das hepatites A e E, o contágio ocorre por via fecal-oral, por conta de condições precárias de saneamento básico, falta de higiene pessoal e alimentos.
Já as hepatites B, C e D são transmitidas por via sanguínea, principalmente através do sexo desprotegido, compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, escovas de dente, alicates de unha e outros objetos perfurocortantes.
VACINA - Para hepatite B existe vacina. São três doses ofertadas gratuitamente nas unidades básicas de saúde para pessoas com até 49 anos, manicures, pedicures, podólogos, caminhoneiros, bombeiros, policiais (civis, militares e rodoviários), doadores de sangue, profissionais do sexo, coletores de lixo e outros grupos de risco.
A partir de setembro, as unidades de saúde também vão disponibilizar a vacina que protege contra a hepatite A. Ela será aplicada em crianças com idade entre 12 e 24 meses.
NOVOS CASOS – A coordenadora da divisão de Controle das DST/AIDS e Hepatites Virais, Elisete Ribeiro, explica que é importante que quem tem direito à vacina procure um posto de saúde o mais rápido possível para receber as doses.
"Verifica-se aumento no número de casos novos entre a população jovem e por isso queremos ampliar a cobertura vacinal nesta faixa etária", disse.
Atualmente, muitas pessoas de 30 a 40 anos estão sendo diagnosticadas com hepatite, mas adquiriram a doença há mais de 20 anos. "Eles tinham a forma crônica da doença e não sabiam. No passado, não havia muita preocupação com a esterilização de materiais e por isso a transmissão em ambientes hospitalares era mais comum", ressaltou a coordenadora.
Ela lembra que pessoas que passaram por cirurgias, transfusões de sangue e outros procedimentos no passado devem procurar uma unidade de saúde para realizar o teste rápido.