Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Saiba mais

Alemanha permite suicídio assistido por médicos

Ana Estela de Sousa Pinto - Folhapress
26 fev 2020 às 10:37
- Reprodução/Pixabay
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Uma decisão da Suprema Corte alemã liberou no país o suicídio assistido: a prescrição, por médicos, de métodos para abreviar a vida de pacientes. A prática havia sido proibida por uma lei de 2015, que o tribunal julgou inconstitucional nesta quarta (26).

A lei já garantia aos pacientes o direito de decidir se queriam morrer ou não, permitindo, por exemplo, a recusa de tratamentos para prolongar artificialmente a vida.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Mas o texto de 2015 estabeleceu três anos de cadeia e multa a quem participasse de suicídios de forma "comercial", o que incluiria a atividade profissional de médicos.

Leia mais:

Imagem de destaque
Alerta

Quedas causaram internação de mais de 34 mil crianças no Brasil em 2023

Imagem de destaque
Delivery

Vapes são vendidos no iFood e no Rappi, apesar de proibição da Anvisa

Imagem de destaque
Cuidado

São Paulo registra primeira morte por febre amarela de 2024

Imagem de destaque
Mais de 22 semanas

Norma que restringe aborto legal volta a valer após liminar ser derrubada


O caso chegou à Suprema Corte depois que uma doente terminal viajou à Suíça para morrer, porque seu marido não pôde obter uma prescrição de medicamentos que abreviassem sua vida, em 2017, o que levou um tribunal a decidir que, "em casos excepcionais, o Estado não pode impedir o acesso de pacientes a produtos que lhes permitam se suicidar de maneira digna e sem dor".

Publicidade


A decisão de 2017 criou um conflito jurídico, e associações de médicos e pacientes recorreram ao tribunal para que revisasse a lei de 2015.


O Legislativo alemão precisará agora decidir sobre leis que levem em conta a decisão do Judiciário.

Publicidade


O tema é particularmente sensível na Alemanha, porque o regime nazista usava o termo eutanásia para justificar a morte de mais de 200 mil deficientes físicos e mentais, em meados do século passado.


A eutanásia ativa (quando o próprio médico aplica as substâncias que levarão à morte) continua proibida.

Publicidade


No debate dos últimos anos, defensores da lei de 2015 temem que a liberação favoreça eutanásias precipitadas e abra espaço para que serviços de suicídio assistido pressionem pacientes a decidir pelo fim da vida.


A decisão da Suprema Corte, no entanto, diz que o legislador tem outros instrumentos para responder a esses riscos, como informar os pacientes de seus direitos e regulamentar os passos e condições do suicídio assistido.

Publicidade


"Podemos lamentar a perda do paciente, usar todos os argumentos possíveis para convencê-lo do contrário, mas, ao final, devemos nos submeter à vontade dele", afirmou o tribunal.


Segundo pesquisa do instituto Infratest-Dimap, 81% dos alemães aprovam a assistência médica ao suicídio.

Publicidade


Na Europa, três países legalizaram a eutanásia: a Holanda, a Bélgica e Luxemburgo.


Na semana passada, o Legislativo português descriminalizou a eutanásia e o suicídio assistido para residentes no país. Os textos aprovados ainda têm que ser reunidos e receber nova aprovação.

Publicidade


Para entrar em vigor, a lei terá também que ser sancionada pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.


O suicídio assistido é permitido no Reino Unido, na Suíça, na França e nos países escandinavos. Na Itália, a Suprema Corte descriminalizou a prática em setembro do ano passado.


Na Espanha, a descriminalização foi aprovada pela Câmara e será discutida em breve no Senado. Os médicos do país já se posicionaram favoráveis à medida.


Entenda a eutanásia


Há três nomenclaturas para a morte consentida:


• Eutanásia: um médico injeta no paciente medicamentos que abreviam sua vida de forma indolor;


• Suicídio assistido: o médico receita os remédios e/ou acompanha o paciente, mas é o paciente que realiza a ação (injetar os remédios ou desligar um equipamento);

• Ortotanásia: um médico desliga aparelhos ou suspende medidas que prolongam a vida dos pacientes (a prática é permitida também no Brasil).


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade