De acordo com dados oficiais da SMS (Secretaria de Saúde de Londrina), até o momento, apenas 51% do público-alvo da vacina contra a paralisia infantil foi imunizado em Londrina, o que representa apenas 15 mil crianças vacinadas. Apesar do baixo número, a campanha nacional não será prorrogada.
Para chamar a atenção dos pais e responsáveis pelas crianças de 1 a 4 anos, residentes em Londrina, a SMS vai promover as últimas ações da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite (paralisia infantil), neste sábado (1º).
A primeira delas será no Calçadão de Londrina, das 10h às 15h, em frente ao Banco do Brasil, localizado na Avenida Paraná, 347 (entre as ruas Professor João Cândido e São Paulo). A segunda ação de sábado será das 15h às 20h, próxima à entrada do Circo Maximus, montado no estacionamento do Londrina Norte Shopping, na Rua Américo Deolindo Garla, 224, na zona norte.
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O circo está oferecendo apresentações às 16h, 18h e 20h, sendo que cerca de mil pessoas participam dos shows. A intenção da Secretaria Municipal de Saúde é disponibilizar três profissionais em cada um desses pontos.
Os pais que quiserem vacinar as crianças devem levar a carteirinha dos filhos, mas caso esqueçam ou por ventura não estejam com o documento em mãos, a dose será promovida e os responsáveis terão um comprovante para colar na carteirinha quando chegarem em casa. A capacidade de vacinação no sábado será de 2.000 crianças.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, a ideia de usar mais essas duas estratégias descentralizadas de vacinação surgiu depois de várias outras já terem sido implementadas durante esses 60 dias de campanha. Entre elas já havia sido aplicada a vacinação aos sábados, outras diretamente nas unidades escolares da rede municipal de ensino, nos shoppings e sem agendamento prévio.
“O brasileiro tem o costume de deixar tudo para última hora e nós vamos tentar mais uma vez com uma ação diferente, descentralizada, em dois pontos da cidade, neste sábado. Uma será no calçadão, que é um lugar de grande circulação de pessoas, das 10h às 15h, e outra no Londrina Norte Shopping que tem um circo e fizemos uma parceria com o shopping, para que as crianças que estiverem lá sejam vacinadas”, explicou Machado.
Este ano, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite iniciou em 8 de agosto, quando as crianças de 1 a 4 anos deveriam ter recebido a prevenção contra a paralisia infantil através da VOP (Vacina Oral Poliomielite), ou seja, as gotinhas.
De acordo com dados oficiais da Secretaria de Saúde de Londrina, até o momento, apenas 51% do público-alvo foi imunizado, o que representa 15 mil crianças vacinadas. Apesar do baixo número de crianças imunizadas, a campanha nacional não será prorrogada.
“As prorrogações das campanhas são justificáveis quando a questão principal é a falta de acesso e dificuldade de tempo, o que não é o caso. Observamos que todos os estados e munícipios se reinventaram, quando o assunto foi a vacinação, para chamar a atenção dos pais e responsáveis. Protelar a campanha é um desgaste para as nossas equipes, que se organizam e ficam na expectativa, mas acabam sendo frustradas pela baixa procura. Então, enquanto não mudarmos a conscientização das pessoas, acredito que a prorrogação de tempo por si só não será suficiente para aumentar a vacinação”, disse o secretário de saúde.
Após o encerramento da Campanha Nacional de Vacinação as crianças não receberão mais a dose de reforço, pois a orientação do MS (Ministério da Saúde ) aos Municípios é que as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) apliquem somente a vacina contra a Poliomielite nas crianças que não receberam nenhuma dose. Para isso será preciso procurar a UBS mais próxima da residência. A lista completa com os endereços e telefones de contato das UBS está disponível no site da Prefeitura de Londrina.
Riscos
Para Machado, o maior risco de os pais e responsáveis não imunizarem seus filhos é o retorno da paralisia infantil no Município, doença erradicada no Brasil desde 1994, quando o país recebeu o certificado de erradicação da doença em 1994.
Atualmente, a vacinação continua sendo a única forma de prevenção da poliomielite. “É uma doença que foi erradicada por conta da conscientização que as pessoas de gerações passadas tiveram sobre a importância da vacinação, mas essa geração está colocando tudo isso em risco, o que é uma questão muito séria. A gente vem observando que, em 2014 e 2015, uma grande onda antivacinação surgiu no mundo, impulsionada pelas fake news e pela internet, o que acabou tomando força e isso atrapalha muito o trabalho dos profissionais de saúde”, contou o secretário da pasta.
De acordo com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), a paralisia infantil é uma doença infectocontagiosa, de fácil e rápida transmissão, causada por um vírus que vive no intestino, chamado Poliovírus. Ela pode infectar crianças e adultos, por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas.
Nos casos graves, ocorrem paralisias musculares, onde os membros inferiores são os mais atingidos. Ainda não existe tratamento específico para a enfermidade, sendo que todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas para tratar os sintomas.