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Rara no mundo

Aprovada no Brasil, vacinação na rede privada ocorre hoje só na Índia

Phillippe Watanabe - Folhapress
06 abr 2021 às 14:55
- Gustavo Tacaki / Secretaria de Saúde
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Aprovada no Brasil via projeto sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e alvo de discussão, a vacinação contra a Covid-19 na rede privada é rara no mundo.

De acordo com apuração feita pela reportagem, na Índia é possível comprar uma dose de vacina contra a Covid-19 em hospitais particulares, e outros países asiáticos levantam a possibilidade da imunização custeada por empresas.

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O preço para tomar uma vacina em um hospital particular na Índia foi fixado em 250 rupias indianas (cerca de R$ 20). Reportagens do jornal The Times of India, porém, apontam que a maior parte da imunização vem sendo realizada nos centros gratuitos do governo indiano.

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Apesar disso, a vacinação continua em ritmo lento em meio ao crescimento recorde de casos na Índia. O país também enfrenta a desconfiança por parte da população em relação às vacinas contra a Covid.

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A Covaxin, da empresa indiana Bharat Biotech, e a vacina da AstraZeneca/Universidade de Oxford são os imunizantes disponíveis na Índia. Recentemente, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) negou um pedido de autorização excepcional de importação e distribuição da vacina Covaxin no Brasil. A vacina de Oxford já é usada também em solo brasileiro.


Segundo o monitoramento da Universidade Johns Hopkins, a Índia registrou 103.558 novos casos no domingo (4). Hospitais de Maharashtra, a região do país mais afetada pela pandemia de Covid-19, estão ficando sobrecarregados com o fluxo de pacientes.

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Medidas para conter a disseminação do novo coronavírus, como uso de máscara e o distanciamento social, tornaram-se pouco frequentes no país, ao mesmo tempo em que o governo reduziu as restrições. Aglomerações provocadas por agentes políticos também não são raras.


Epidemiologistas sugerem, porém, que as variantes de preocupação, como a P.1 (observada inicialmente no Brasil), a B.1.1.7 (documentada de início no Reino Unido) e a B.1.351 (encontrada na África do Sul), podem ter papel no aumento de casos.

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Países do sudeste asiático também falam em medidas para permitir a vacinação privada como forma de acelerar a aplicação das doses.


A Indonésia é um deles. Segundo o plano de vacinação, empresas podem comprar vacinas do governo para imunizar os seus funcionários e familiares, em um esquema de divisão de responsabilidades. De acordo com reportagem da Al Jazeera, no início de março milhares de empresas já estavam inscritas para fazer parte do programa.

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As Filipinas, governada por Rodrigo Duterte, também pretendem permitir que a iniciativa privada, com intermediação governamental, compre doses das vacinas. A ordem partiu no fim de março do próprio Duterte, segundo a rede de notícias CNN no país.


A Câmara de Comércio e Indústria das Filipinas havia pedido ao governo, em 17 de março, pela liberação da importação privada de vacinas. "Instamos o governo a permitir que o setor privado importe vacinas sem restrições ou condições para que possamos agir com rapidez e eficiência na vacinação de mais pessoas", disse, em carta, Benedicto V. Yujuico, presidente da câmara.

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Um dos responsáveis pela vacinação no país, porém, afirmou que a AstraZeneca, cuja vacina é aprovada por lá, exigiu a doação para o governo de pelo menos 50% das doses adquiridas para as empresas.


No Brasil, a lei exige que as companhias doem todas as doses ao governo enquanto durar imunização prioritária. Apenas após a conclusão da vacinação desses grupos a iniciativa privada poderá adquirir as vacinas para uso próprio, em seus funcionários, mas metade da quantidade comprada deve obrigatoriamente ser doada ao SUS.

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Governo federal e o Congresso, porém, já discutem a flexibilizar ainda mais as regras de compra e uso de vacinas pela iniciativa privada, permitindo que isso seja feito de maneira imediata.


A Tailândia é outro país que pretende implementar a vacinação empresarial. Segundo reportagem da Reuters, um grupo empresarial recentemente já estava em busca de 100 mil doses da vacina da Sinovac contra a Covid.


A aplicação das vacinas contra a Covid-19 na rede privada são alvos de discussão: por um lado, especialistas em saúde pública veem na ação a retirada de doses que poderiam ir gratuitamente para a população prioritária; por outro, com a obrigação de doação das doses para o SUS, as compras poderiam ajudar a acelerar o ritmo lento atual.

No Reino Unido e em outras nações europeias não há previsão de uso privado de vacinas antes do fim da imunização gratuita da população. As principais farmacêuticas que desenvolveram as vacinas contra a Covid-19 também têm afirmado que as negociações ocorrem somente com os países, e não com o setor privado.


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