O planeta Terra é formado em grande parte por água, mas estima-se que apenas 2,5% seja de água doce. Desta parcela, a quantidade realmente passível de consumo humano é muito menor, em razão da contaminação. Por isso, qualquer água que não seja tratada não deve ser consumida sem precaução. Do contrário, pode haver graves problemas à saúde.
Água potável é aquela que não possui cheiro, cor, sabor e nenhuma substância ou micro-organismos que causem danos à saúde. Febre tifoide, cólera, hepatite A e leptospirose são apenas algumas das doenças causadas pela ingestão de água de rios e lagos, por exemplo. "Os problemas mais comuns são as diarreias, mas vários tipos de infecções podem ser decorrentes do consumo de água contaminada", explica o infectologista Arilson Akira Morimoto. Esse risco é especialmente preocupante para crianças, idosos, grávidas e pessoas com doenças imunodepressoras.
Segundo Morimoto, os cuidados com a água não devem ser restritos apenas àquela que se usa para beber. "Também para lavar os alimentos que serão consumidos crus deve-se usar água potável. Se você usa água contaminada para lavar, vai contaminar o alimento", justifica.
Leia mais:
Denúncias contra médicos por receita de hormônios cresceram 120% em um ano, diz CFM
Saiba quais doenças dão direito à isenção do Imposto de Renda
Centro de Doenças Infecciosas amplia atendimento para testes rápidos de HIV em Londrina
Saúde investiga circulação do vírus causador da Febre do Nilo no norte do Paraná
A prevenção, segundo ele, é simples: quem não tem acesso à água tratada, deve coar e ferver a água. "Esse procedimento mata 99% das bactérias", afirma. E isso deve ser feito até mesmo com água da chuva e de poços artesianos. "Muita gente acha que água de poço é limpa, mas nem sempre é. Dependendo da profundidade, ele pode ter água contaminada, principalmente em áreas próximas a aterros sanitários."
Outro alerta do infectologista é não confiar na aparência da água. "Analisar a coloração e o odor não é suficiente. Uma água cristalina pode conter vírus e bactérias que não podem ser vistos a olho nu."
Químicos
A água fornecida pela rede pública obedece a padrões de potabilidade preestabelecidos pela legislação. Mas as leis não preveem a eliminação de algumas substâncias e ainda autorizam a utilização de compostos químicos que são alvos de preocupação entre os especialistas.
"O que mais preocupa na composição da água são os metais pesados, metais tóxicos como alumínio, mercúrio, chumbo, cadmio, arsênico. São metais que, segundo estudos, estão relacionados ao Alzheimer, doenças cardiovasculares, câncer, diabetes", afirma o nutrólogo Leonardo Higashi.
Outra preocupação que, segundo ele, é crescente diz respeito ao cloro e ao flúor, presentes na água tratada. "Acredita-se que esses produtos poderiam dificultar a absorção de iodo, o mineral mais importante para formar o hormônio tiroidiano. Mas os estudos ainda não comprovaram essa alteração."