A partir de 2013, o Brasil entra no mercado de produção dos antiasmáticos. A transferência de tecnologia será feita pelo laboratório espanhol Chemo à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Farmanguinhos, para a fabricação do medicamento formoterol+budesonida, usado na bombinha do asmático. Com a produção nacional, o Ministério da Saúde espera economizar cerca de R$ 100 milhões e beneficiar aproximadamente 200 mil pessoas.
A economia também vai alcançar o doente de asma que hoje gasta pelo menos R$ 100 por mês com o tratamento, que é constante. Asmática crônica desde os 4 anos, a servidora pública federal, Ana Cristina Leal Propato, disse que usa o inalador pelo menos três vezes ao dia.
"O asmático não tem noção de quando vai ter uma crise. De repente, o peito fecha e a pessoa pode até morrer. Gasto por volta de R$ 30 com a bombinha e, nos momentos de crise, o corticoide sai por mais de R$ 100. Vou ficar de olho [nessa medida], pois remédio para asmático é muito caro e a gente tem que tomar para o resto da vida", contou Ana.
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Após os ensaios clínicos, o medicamento precisa ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de ser lançado no mercado. O volume estimado de produção para o primeiro ano da parceria chega a 50,5 milhões de unidades.
Dados do Ministério da Saúde apontam que só, no ano passado, foram gastos mais de R$ 82 milhões com internações no Sistema Único de Saúde (SUS) em decorrência da doença que é uma das principais causas de internação em crianças de até 6 anos. Desde o dia 4 deste mês, drogarias credenciadas no programa Aqui Tem Farmácia Popular distribuem gratuitamente remédios contra a asma. De acordo com o Ministério da Saúde, os três medicamentos – brometo de ipratrópio, dipropionato de beclometasona e sulfato de salbutamol – estão disponíveis em mais de 20 mil estabelecimentos em todo o país.
Cerca de 2,5 mil pessoas morrem por ano por causa da asma. Segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (Asbai), de 10% a 25% dos brasileiros têm asma e o Brasil é o oitavo país em prevalência da doença.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 300 milhões de pessoas sofrem com a asma e 60% são crianças. Anualmente, em âmbito mundial, esse problema respiratório chega a matar 250 mil pessoas. A asma é hereditária e seus principais sintomas são falta de ar, tosse e chiado no peito.