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Conheça riscos da automedicação e do uso indiscriminado de remédios

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
03 mai 2019 às 15:30

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- Marcello Casal Jr./Agência Brasil
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Neste domingo (5 de maio), comemora-se o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. A data foi criada para alertar a população sobre os problemas graves ligados à automedicação e à utilização indiscriminada de remédios.


Uma situação bastante perigosa e que mostra a importância de se diminuir a automedicação é o uso de remédios como ácido acetilsalicílico, antiagregantes ou anticoagulantes por parte de pacientes com dengue. "Todos esses medicamentos são contraindicados na ocorrência da doença, pois ampliam o risco de hemorragias potencialmente presente nessa doença. Assim, a combinação da dengue com os remédios aumenta de maneira expressiva a possibilidade de sangramentos", explica o cardiologista José Francisco Kerr Saraiva, presidente da Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo).

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Somente este ano, até abril, já são mais de 451 mil casos prováveis de dengue (um aumento de 339% em relação ao mesmo período de 2018). "Por isso, a importância de redobrar a prevenção e de, aos primeiros sintomas suspeitos, procurar de imediato assistência médica. Em caso de confirmação da doença em pacientes com doenças cardiovasculares, o médico infectologista, que cuidará da dengue, poderá trabalhar em conjunto com o cardiologista, buscando a melhor opção de tratamento para cada caso", explica.

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Outro exemplo ocorreu em março deste ano, quando uma diretriz foi revista por um estudo divulgado pela American Heart Association e pelo American College of Cardiology. O uso de ácido acetilsalicílico para prevenção de doenças cardiovasculares não é mais recomendado.

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Segundo Saraiva, não existiam evidências suficientes para se prescrever a medicação como prevenção primária. Era habitual, no entanto, a indicação de uso a pacientes com alto risco cardiovascular com base em um senso comum. Com isso, o risco de sangramentos se tornava maior do que o benefício proposto pela droga, principalmente nos mais idosos.


Porém, os pacientes que já apresentaram infarto, angina, doença coronária crônica (angioplastia e atente) ou AVC isquêmico não devem interromper o medicamento. Para estes, as indicações não mudaram com os novos estudos. "Isso só reforça que a utilização de um medicamento pode ser perigosa e só deve ser iniciada após a avaliação médica", comenta.


Saraiva destaca, ainda, que, em caso de suspeita de ataque cardíaco, a recomendação é que o ácido acetilsalicílico seja administrado em doses de 200 mg a 325 mg. Na prática, podem ser usados dois comprimidos de AAs infantil para quem esteja com dor no peito, com suspeita de infarto e não seja alérgico ou tenha sangramento ativo. Nesses casos, a aspirina reduz por volta de 20% as mortes do infarto, comparada com placebo, pois já começa a agir na "destruição do trombo", principal causa de obstrução da artéria do coração (coronária).

Sempre que houver dúvida, o melhor remédio é procurar o seu médico.


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