O Hospital Evangélico (HE) de Londrina informou na tarde desta sexta-feira (29) que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal da instituição será reativada a partir das 7h do domingo (1º de dezembro). O espaço está fechado desde o último dia 22 por causa da falta de pediatras intensivistas.
O diretor da Associação Evangélica Beneficente de Londrina (Aebel), Eduardo Sene Cardoso, contou que trabalha no domingo a mesma equipe de pediatras que paralisou os serviços há uma semana. Profissionais de outras instituições, como o Hospital Infantil, também vão entrar no rodízio de plantões. "Nesta primeira semana a escala foi montada sem os médicos da prefeitura", observou citando proposta da Secretaria Municipal de Saúde, que aceitou ceder pediatras da prefeitura para a reativação da UTI Neonatal.
A proposta do município, segundo ele, foi formalizada apenas nesta sexta-feira. "Os pediatras da equipe do Evangélico devem entrar em contato com os profissionais da prefeitura na próxima semana para discutir a questão. Eles vão ficar responsáveis por decidir se os médicos municipais têm ou não condições de assumir alguns plantões", explicou Cardoso.
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Cronologia
A UTI Neonatal do Hospital Evangélico contava com médicos insatisfeitos. Eles reclamavam da falta de condições para realizar os atendimentos e do atraso no pagamento dos plantões e honorários. O diretor da Aebel contou que a prefeitura quitou a dívida acumulada com os médicos entre julho e outubro deste ano. "Já solicitamos também que o município, a partir de agora, repasse a verba pontualmente".
O secretário de Saúde Francisco Eugênio Alves de Souza informou, no entanto, que o atraso nos pagamentos dos médicos intensivistas foi ocasionado por uma vinculação ao pagamento dos demais plantonistas do HE, cujos plantões passam por uma averiguação da Secretaria, o que demanda tempo e acaba atrasando os repasses. Diante da crise na UTI do hospital, a secretaria desvinculou o pagamento dos plantonistas dessa unidade e quitou o valor acumulado.
A unidade, que deveria operar com dez profissionais, tinha apenas cinco médicos poucos dias antes do fechamento. Questionado sobre quantos médicos vão atender na UTI a partir de domingo, Cardoso desconversou: "Não vão ser cinco, mas também não serão dez. A informação do número de médicos ainda não foi decidida".
Ele também explicou como funciona o sistema de plantões. "Quanto mais médicos, melhor. Eles se dividem entre os três turnos existentes por dia e ajudam a deixar a escala mais espaçada", destacou.
A prefeitura repassa R$ 19.840,00 por mês para a UTI Neonatal do HE. Já o valor da diária do plantão 24h é de R$ 72 por paciente. A Secretaria de Saúde esclareceu que este valor destina-se apenas para o atendimento de pacientes do SUS, que representam de 30 a 40% da demanda da unidade. O restante dos atendimentos referem-se a pacientes de convênios e particulares.
Morte
Os doze bebês que estavam na UTI do Hospital Evangélico até a desativação precisaram ser transferidos. Três deles foram para a unidade neonatal do Hospital Infantil. Os outros nove foram reavaliados e permaneceram no HE, mas na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI).
(Atualizado às 12h30, de 30 de novembro)