Pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP analisou a relação entre o ambiente alimentar e das práticas alimentares com o consumo de frutas e hortaliças em gestantes. No total, 282 gestantes atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de Ribeirão Preto (interior de São Paulo) foram avaliadas pela nutricionista Daniela Zuccolotto. A média de consumo de frutas e hortaliças foi de 207 gramas (g) por dia, abaixo da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a população em geral, que é de 400 g.
"Em relação ao ambiente alimentar, a pesquisa verificou se a percepção da gestante em relação à distância de sua residência até o mercadinho, supermercado, varejão ou feira livre, lanchonete, padaria loja de conveniência e restaurantes mais próximos de sua casa apresentava relação com maior consumo de frutas e hortaliças", diz Daniela.
"Além disso, questionamos sobre a percepção em relação a qualidade e variedade de frutas e hortaliças no local onde ela adquiria esses alimentos (boa ou ruim), se apresentava relação com maior consumo desses alimentos". Foi questionado também se a gestante possuía horta em casa para ver se as que possuíam apresentavam maior consumo de frutas e hortaliças. Nenhuma dessas questões apresentou associação com maior consumo de frutas e hortaliças entre as gestantes estudadas.
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No que diz respeito às práticas alimentares, foi questionado o número de refeições que a gestante fazia por dia, se ela fazia refeições no trabalho, na casa de amigos ou parentes, restaurantes do tipo self service e lanchonetes, o meio de transporte utilizado para ir fazer compras, se ela tinha o hábito de comprar alimentos em supermercados, mercearias, varejão ou feira livre, lanchonetes, padarias, lojas de conveniência ou vendedores ambulantes.
"Elas também foram perguntadas se costumavam comprar frutas e hortaliças para consumir em casa e com qual freqüência, se frutas e hortaliças fossem mais baratos se ela consumiria mais, se ela considerava que consumia quantidade suficiente desses alimentos e se ela costumava ganhar frutas e hortaliças de vizinhos ou parentes".
As gestantes que reportaram fazer quatro ou mais refeições ao dia apresentaram maior chance de consumir uma maior quantidade de frutas e hortaliças quando comparadas àquelas que relataram menos refeições ao dia, independente de idade, escolaridade e classe econômica.
"As gestantes que consideraram que consumiam frutas e hortaliças suficientes também apresentaram maior chance de consumir uma maior quantidade de frutas e hortaliças quando comparadas àquelas que não consideravam, independente de idade, escolaridade e classe econômica", aponta a nutricionista.
Daniela afirma que uma alimentação adequada durante a gestação é fundamental para que a gestante consiga suprir as suas necessidades de energia e nutrientes, que estão aumentadas, e para que ela tenha um ganho de peso adequado neste período, evitando complicações futuras. "É importante que a gestante esteja consciente disto e que o profissional de saúde saiba orientá-la e motivá-la a ter hábitos alimentares saudáveis nesse período", conclui. A pesquisa foi orientada pela professora Daniela Saes Sartorelli, da FMRP.