A Secretaria Municipal de Saúde confirmou a primeira morte por dengue hemorrágica no ano. O caso também é o primeiro do Paraná. Trata-se de uma vítima do sexo masculino de 60 anos, que morava no Conjunto Armindo Guazzi, zona leste da cidade.
Segundo Agajan Der Bedrossian, a vítima morava sozinha, era dependente de bebida alcoólica e de classe baixa. Ainda de acordo com o secretário, o homem havia reclamado de dores para vizinhos e foi encontrado dois dias depois desacordado dentro da própria casa. "Morava sozinho numa edícula. Ele não procurou socorro em nenhum serviço de saúde. A vizinhança encontrou a vítima desacordada, com manchas pelo corpo, com febre alta e dificuldade respiratória. Ele também apresentava convulsões", disse.
O homem foi socorrido pelo Samu e internado na Santa Casa de Londrina, mas morreu na mesma noite do dia 4 de fevereiro. A morte só foi noticiada depois da realização de exames e avaliação de comitê da saúde pública. "Só temos a lamentar. Houve descuido em cima de descuido. Ele não procurou ajuda na Saúde. A última consulta em uma unidade básica foi em 2007", relatou. Na própria residência da vítima, agentes da saúde encontraram vários focos do mosquito Aedes aegypt.
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Durante dias, agentes da secretaria trabalharam na prevenção com uso de fumacê e eliminação dos focos do mosquito da dengue no bairro e intermediações.
Até o momento, a Secretaria de Saúde registrou 44 casos confirmados da doença. Mais de 700 estão sob investigação. "Temo pela epidemia (de dengue) em Londrina. Há risco, até porque estamos vendo municípios vizinhos em situação de emergência. Precisamos ter cuidados permanentes e com trabalho de conscientização. Se a população não colaborar, fica claro que a dengue mata", afirmou.
A Secretaria de Saúde não registrava uma morte por dengue hemorrágica desde 2003, quando houve epidemia da doença em Londrina. Naquele ano foram mais de 8 mil casos confirmados da doença, com duas mortes.
Paraná
O Paraná registrou, de janeiro até esta quarta-feira (24), 530 casos de dengue, dos quais 398 são autóctones, ou seja, a transmissão ocorreu dentro do estado. No total, há 33 municípios com casos autóctones em oito regionais de saúde.
De acordo com dados da Secretaria da Saúde, 70% dos municípios que fizeram o levantamento do Índice de Infestação Predial estão com taxas acima de 1%, que é o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Já foram analisadas 151 cidades.