A UEL (Universidade Estadual de Londrina), por meio do HU (Hospital Universitário), está realizando os testes RT-PCR (Reverse Transcriptase Poluymerase Chain Reaction), considerado o "Padrão Ouro" no diagnóstico do Coronavírus, e enviará, nesta segunda-feira (4), um lote com cinco amostras positivas para o SARS-COV-2 ao Lacen (Laboratório Central do Paraná) cumprindo a última etapa do processo de credenciamento para a validação dos resultados no sistema GAL (Gerenciados de Ambiente Laboratorial).
A informação foi confirmada neste sábado (2) pelo reitor da UEL, Sérgio Carvalho, durante transmissão on line realizada pelo Facebook oficial da instituição. Participaram da transmissão o Secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, o Superintendente de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, Aldo Bona, e o Secretário de Gestão Pública de Londrina, Fábio Cavazotti, além de professores, de representantes do Lacen e do Centro de Operações e Emergência em Saúde Pública do Paraná.
Os testes serão realizados no Setor de Diagnóstico Molecular do Laboratório de Análises Clínicas do HU/UEL, que realiza há mais de 15 anos exames de carga viral de AIDS, Hepatites e citomegalovírus da Rede IST AIDS do Ministério da Saúde. O professor José Wander Breganó, chefe da Divisão de Análises Clínicas do HU/UEL, destacou que os professores do departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas do Centro de Ciências da Saúde serão os responsáveis pela implantação e supervisão dos exames, que vão permitir maior agilidade na identificação dos casos, com resultados entregues em no máximo 48 horas. O Laboratório trabalhará com capacidade inicial de até 200 testes/dia, e deverá se somar ao trabalho realizado atualmente pelo Lacen, em Curitiba, que realiza até 600 testes/dia e atende toda a rede pública do Paraná. Ele agradeceu à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) que contribuiu para aprimorar a estrutura do Laboratório disponibilizando mais um equipamento de amplificação de detecção.
Leia mais:
Denúncias contra médicos por receita de hormônios cresceram 120% em um ano, diz CFM
Saiba quais doenças dão direito à isenção do Imposto de Renda
Centro de Doenças Infecciosas amplia atendimento para testes rápidos de HIV em Londrina
Saúde investiga circulação do vírus causador da Febre do Nilo no norte do Paraná
O reitor da UEL salientou que a realização dos testes no HU será possível a partir de um convênio formalizado com a Prefeitura de Londrina, que adquiriu e disponibilizou 4 mil kits de exames. Segundo ele, a partir desta ação será possível mapear o volume de pessoas infectadas em Londrina e região. Para que o Laboratório possa dar conta de um volume de até 200 exames da Covid-19 por dia, foram contratadas duas bioquímicas para reforçar a equipe do Setor de Diagnóstico Molecular, uma vez que a unidade deverá manter a rotina dos exames de carga viral para HIV, Hepatite e citomegalovírus.
O Secretário de Saúde Beto Preto afirmou que a Universidade é fundamental nesse momento de combate à pandemia e que, a partir da descentralização dos exames em Londrina, o Paraná poderá quadruplicar os testes de Coronavírus. No final da última semana o Governo do Estado anunciou parceria com o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para aumentar o volume de testes diários. A previsão é que a operação entre em funcionamento na segunda quinzena de maio.
"A realização desses exames são importantes para imprimir velocidade. Se o teste dá negativo haverá possibilidade de menor ocupação de leitos", pontuou o Secretário. Segundo ele, com a aproximação do inverno, ocorre um aumento nas internações de pacientes com síndromes respiratórias, e os testes permitirão identificar os casos que são e que não são coronavírus. O pico de Coronavírus no Paraná é esperado para o final desse mês ou início de junho, coincidindo com a queda de temperatura. Ele revelou que, paralelamente, a Secretaria trabalha para contratar mais profissionais que possam atuar no sistema de saúde. Por fim o secretário reforçou que o remédio contra o Coronavírus é o isolamento social, que traz como efeito colateral a crise econômica. "Esse é o grande dilema desse momento", afirmou.
A representante do Lacen na reunião, diretora técnica Irina Riediger, destacou que com os investimentos que estão sendo realizados, e com o suporte de vários parceiros, é possível estruturar uma rede articulada para desencadear as ações de enfrentamento à COVID19 com agilidade. "A UEL é uma instituição parceira importante e muito competente para a estruturação da rede estadual de laboratórios", afirmou.
O Superintendente de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, Aldo Bona, reforçou que as ações do Estado no combate ao Coronavírus tem dado resultado positivo e que as Universidades representam um braço importante nesse trabalho. Ele enumerou as ações desenvolvidas pelas Instituições como o Disque Coronavírus, a Telemedicina, reforço de ações de orientação à população nas fronteiras do Paraná e o apoio de estudantes e de profissionais de saúde nas 22 Regionais de Saúde.
Todas essas ações integram um projeto desenvolvido pela Superintendência de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, com recursos da Fundação Araucária, que lançaram em março edital para selecionar bolsistas (estudantes, professores e profissionais de saúde) para apoio no combate à doença. O investimento total chega a R$ 460 mil. Na UEL o projeto conta com mais de 70 bolsistas contratados inicialmente para quatro meses, com possibilidade de prorrogação.
O Secretário de Gestão Pública de Londrina, Fábio Cavazotti, lembrou que a aquisição dos exames foi bastante complicada em virtude da grande procura pelos reagentes por todos os países. Ele afirmou que a realização dos testes no HU da UEL representa segurança e garantia de qualidade. Por fim, o secretário afirmou que a pandemia tem colaborado para demonstrar a importância da Universidade e da ciência para a solução dos problemas da humanidade.
Também participaram da transmissão o vice-reitor da UEL, professor Décio Sabbatini Barbosa; a Pró-reitora de Extensão, Cultura e Sociedade, professora Mara Solange Delaroza; e o diretor do Centro de Ciências da Saúde, Airton Petris. A live contou ainda com a participação da Superintendente de Atenção à Saúde e Vigilância da Sesa, enfermeira Maria Goretti Lopes, que coordena o Centro de Operações e Emergência em Saúde Pública no Paraná.