Quando pensamos nas Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST´s), a primeira que nos vêm à cabeça é a AIDS. Contudo, algumas outras acabam passando despercebidas, como é o caso do HPV (Vírus Papiloma Humano) que, segundo dados do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia das Doenças do Papilomavirus Humano (INCT-HPV), é a doença sexualmente transmissível mais comum no mundo e as estimativas são de 50% da população sexualmente ativa tenha sido infectada pelo vírus.
As mulheres são as maiores vítimas e muitas não sabem que a prevenção é a melhor forma de evitar o contágio por meio do contato sexual. Para o Dr. Flavio Zucchi, ginecologista e médico docente da Unifesp, o exame papanicolau é o primeiro passo para diagnosticar e iniciar o tratamento, caso a paciente esteja infectada. Aquelas que possuem uma vida sexual ativa devem submeter-se ao exame uma vez por ano, para garantir a prevenção. O especialista comenta que os sintomas do HPV são silenciosos e um dos primeiros indícios é o surgimento de verrugas na região genital e deve ser tratado imediatamente. Do contrário, pode evoluir para o câncer do colo do útero.
Ainda segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer do colo do útero é o segundo tipo da doença mais comum entre as mulheres e o HPV é o grande responsável pela maioria dos casos.
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Uma opção ao tratamento são as revolucionárias vacinas contra o vírus, mas não estão disponíveis na rede pública de saúde do País, sendo aplicadas apenas em clínicas particulares. Criada há pouco mais de três anos, o Dr. Zucchi explica que a vacina quádrupla (que protege as mulheres de quatro tipos de HPV), garante imunidade de, no mínimo, 10 anos. Ela consiste em três aplicações e custa, em média, 900 reais, mas não está acessível para grande parte da população. "Infelizmente, a maioria das mulheres não dispõe desse valor para vacinar-se, pois é o melhor tratamento existente contra a doença", informa. O médico esclarece ainda uma questão que gera dúvidas entre a população: o HPV tem cura? Sim, mas o vírus estará sempre no organismo.
Outro fator preocupante é que o número de homens diagnosticados com a doença vem crescendo nos últimos anos. Para eles, o método que constata a presença do HPV é a peniscopia. Porém, o especialista afirma que não existem muitos laboratórios que realizam esse tipo de exame, tornando difícil a identificação do problema.
O uso de preservativos nas relações sexuais ainda é medida fundamental para a proteção contra o HPV. O Dr. Zucchi alerta que além das mulheres, os jovens figuram dentre os maiores infectados, pelo fato de iniciarem a vida sexual cada ano mais cedo e não se preocupam em se proteger de doenças. "O risco é maior entre os mais novos porque, além de não utilizarem preservativos, a troca de parceiros aumenta em 15% a chance de contágio", ressalta (com saudeempautaonline).