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Durante cirurgias

Médicos vão a júri popular por morte de quatro pacientes

Redação Bonde com MP/SP
06 out 2011 às 15:32

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Os médicos Pedro Henrique Masjuan Torrecillas, Rui Noronha Sacramento e Mariano Fiore Júnior irão a júri popular em Taubaté, no próximo dia 17 de outubro, acusados de quatro homicídios dolosos contra os pacientes Miguel da Silva, Alex de Lima, Irani Gobo e José Faria Carneiro, que morreram entre setembro e dezembro de 1986.

Os médicos são acusados de terem provocado a morte dos quatro pacientes. De acordo com a denúncia do Ministério Público, os médicos se utilizaram de diagnósticos falsos de morte encefálica para extrair os rins dos pacientes, para fins de transplante. Posteriormente, o neurocirurgião e legista Mariano Fiori concluía como causa mortis exclusivamente as lesões cerebrais experimentadas pelas vítimas (traumatismo craniano, raquimedular ou aneurisma), ocultando a causa direta e eficiente das mortes: a retirada dos rins dos pacientes.

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Os prontuários médicos e os laudos das angiografias cerebrais relativos a esses pacientes foram apreendidos e submetidos à análise de peritos. A perícia concluiu que as vítimas não tinham diagnóstico seguro de morte encefálica apta a amparar a realização das cirurgias nefrectomias bilateriais (retirada dos rins).

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Pelos crimes também foram denunciados os médicos Antônio Aurélio de Carvalho Monteiro, que faleceu no ano passado, e José Carlos Natrielli de Almeida, que acabou impronunciado a pedido do MP.

O plenário do júri será realizado pelo promotor de Justiça Márcio Augusto Friggi de Carvalho, integrante do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), designado pela Procuradoria-Geral de Justiça em razão de o julgamento ter, como pano de fundo, a questão do tráfico de órgãos humanos.

O Ministério Público sustentará na sessão a imputação dos crimes lançada na denúncia, acolhida pelo Juízo Criminal de Taubaté que pronunciou os réus, determinando o julgamento dos médicos pelo júri popular, decisão mantida pelo Tribunal de Justiça, que julgou o recurso dos acusados.


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