Luciane Aparecida Conceição, de 24 anos, considerada símbolo de luta contra a aids por ter sido a primeira criança a receber o coquetel contra a doença, morreu na madrugada desta sexta-feira, em Sorocaba, interior paulista. Lu, como era conhecida, havia deixado de tomar os remédios e morreu das complicações decorrentes da ação do vírus HIV. Ela deixou a filha Vitória, de 4 anos, que nasceu isenta do vírus. O caso da mãe e filha teve repercussão internacional.
Luciane, que faria 25 anos no próximo dia 23, estava internada havia três dias em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). De acordo com a presidente do Grupo de Educação à Prevenção da Aids de Sorocaba (Gepaso), Lucila Magno, ela tomou uma decisão pessoal de não se tratar mais. Segundo familiares, desde o ano passado Lu não se medicava mais. "Ela não foi vencida pela doença, ela simplesmente desistiu de viver", disse Lucila. "Foi uma decisão dela não se medicar mais. A razão, nós não sabemos."
Luciane morreu sem receber a indenização equivalente a mil salários mínimos que ganhou da Justiça, em ação movida contra o Estado em nome de sua mãe. O poder público recorreu da decisão ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a decisão final ainda não foi dada. Luciane adquiriu a aids no parto: sua mãe foi infectada no oitavo mês de gravidez ao receber sangue contaminado durante uma transfusão realizada no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, mantido pelo Estado.
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O corpo da jovem está sendo velado em Sorocaba e será sepultado na manhã do sábado no cemitério Santo Antonio.