A Polícia Civil em Ponta Grossa deve começar na próxima semana a ouvir o corpo clínico, de médicos, enfermeiros e anestesistas, que realizaram, por engano, uma cirurgia de fimose em um menino de 11 anos. A mãe do garoto deu entrada na Santa Casa de Misericórdia do município no dia 4 de outubro para que ele fosse operado na língua e a equipe cirúrgica cometeu engano.
O procedimento pelo qual o menino de 11 anos passaria é anquilogofia. Segundo a delegada Ana Paula Cunha Carvalho, do 3° DP de Ponta Grossa, a mãe conversou com o cirurgião que teria confirmado o erro depois da operação. Há informação de que no mesmo dia estava prevista a cirurgia de outro garoto para fimose, mas a criança não teria comparecido ao local.
A delegada pediu para ter acesso ao prontuário médico para iniciar as investigações. "Agora estamos no aguardo do exame do Instituto Médico Legal para saber como foi a lesão que o menino sofreu", explica. A mãe do garoto prestou esclarecimentos à Polícia Civil na quinta-feira.
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Com a reunião do laudo, do depoimento da mãe e da equipe médica, de enfermagem e de anestesistas, a delegada poderá saber quantas pessoas serão indiciadas. "Eu acredito que ao menos duas pessoas, o cirurgião e o anestesista, sejam culpados". Eles podem ser denunciados por lesão corporal e pegar de três meses a cinco anos de prisão. A Santa Casa abriu investigação interna para saber sobre o erro, mas, até quinta-feira (10), ninguém foi afastado.