Uma ambulância do Siate foi impedida de deixar uma paciente no pronto-socorro do Hospital da Zona Sul (HZS) de Londrina durante a manhã desta terça-feira (18). A mulher, vítima de um acidente de moto, só deu entrada na unidade depois de muita negociação. A direção do HZS acusou os socorristas de não regularem a paciente junto à central de leitos do município. "Era o hospital mais próximo e viemos em 'vaga zero', já que nenhuma outra unidade da cidade tinha condições de receber a vítima", explicou o cabo do Corpo de Bombeiros e socorrista do Siate, Argemiro Garcia.
O HZS está superlotado. Pelo menos 20 pacientes estão internadas em macas nos corredores, segundo a direação.
A ambulância também teria sido impedida de chegar ao pronto-socorro por funcionários do HZS que estão em greve. A diretora do Sindicato dos Servidores da Saúde (SindSaúde), Elaine Rodella, negou o ocorrido. "Avisamos que iríamos entrar em greve na última semana. Se a direção do hospital não se planejou, o problema não é nosso. O problema mostra, mais uma vez, que o poder público não sabe administrar os serviços", argumentou.
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A viatura do Siate ficou na frente do Hospital da Zona Sul por cerca de 20 minutos. A paciente só deu entrada na unidade depois de muita negociação entre os bombeiros e o setor de enfermagem da unidade. A Polícia Militar também acompanhou o caso.
Greve
Pelo menos metade do efetivo do HZS e do Hospital da Zona Norte (HZN) entraram em greve na manhã desta terça-feira. A categoria pede reajuste salarial, pagamento de gratificações atrasadas e Plano de Cargos, Carreiras e Salários. Os servidores também condenam proposta do Governo do Estado que prevê a criação de uma fundação para gerir a Secretaria Estadual de Saúde.
Na unidade da zona sul, estão sendo priorizados casos de urgência e emergência. Quem procura o hospital por conta própria passa pela triagem, mas é encaminhado para unidades municipais.
Já no Zona Norte, a situação está um pouco mais tranquila. O hospital atende consultas agendadas, crianças e casos de urgência e emergência. As cirurgias eletivas foram reagendadas para outros dias.
A Secretaria Municipal de Saúde formulou escalas especiais de plantão para as unidades de pronto-atendimento (PAM, PAI e UPA) para tentar minimizar o efeito da greve dos servidores estaduais.