A brasileira Cristini Couto recebeu na noite desta terça-feira a coroa de Miss Transexual Internacional, por ocasião dos festejos da semana do Orgulho Gay na Espanha, país que está na vanguarda das leis em favor dos gays e transexuais.
As dez candidatas desfilaram na passarela em trajes de banho de duas peças, roupa informal e depois vestido de noite, tudo ao som de música tecno-latina. Uma das concorrentes foi mais ousada e chegou a exibir seu busto.
"O nível é muito alto, todas são muito bonitas", comentou Carla Antonelli, coordenadora da seção de transexuais do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), no poder, e co-organizadora do evento.
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Este concurso singular, o primeiro do tipo organizado na Espanha, foi apresentado por "Deborah Ombres", célebre transexual espanhol.
Um dos momentos mais intensos da noite foi a apresentação de Dana Internacional, cantora pop israelense e transexual que, em 1998, venceu o concurso Eurovisión com a canção "Diva".
A brasileira Cristini Couto, emocionada e sorridente, recebeu a faixa, a coroa e um ramo de flores, pouco mais de um mês depois do segundo lugar de Natália Guimarães no concurso de Miss Universo 2007.
"Foi a noite mais bonita de toda minha vida, estou muito agradecida", afirmou Cristini, de 23 anos, no mais puro estilo miss emocionada.
"Como em qualquer concurso de beleza, não pedimos que sejam inteligentes, apenas bonitas", explicou Alaska, uma das juízes e ícone pop espanhol dos anos 80.
Celebrado quatro dias antes do desfile da Europride em Madri, para o qual os organizadores esperam mais de 2,5 milhões de participantes, este concurso também foi a ocasião para recordar que "ainda resta muito por fazer pela integração dos transsexuais na sociedade", afirmou Antonelli.
A Espanha, no entanto, é pioneira nesse aspecto.
Em julho de 2005 se transformou num dos poucos países do mundo a autorizar o casamento de pessoas de mesmo sexo e também que esses casais possam adotar crianças.
Desde março passado, os transexuais também podem trocar de identidade sem ter que passar por uma cirurgia.
"Apesar das leis, a mentalidade ainda é atrasada na Espanha, as pessoas são homófobas", queixou-se Satin, um travesti de 37 anos, para quem, no entanto, resta uma grande alegria: "A partir do próximo ano, os transexuais poderão se apresentar no concurso de Miss e Mister Espanha".
Fonte: AFP