Rodar mais de 1 milhão de quilômetros é um feito que poucos carros conseguem. O paulista Creso Peixoto, engenheiro, professor e piloto de pequenas aeronaves, atingiu esse marco com seu Ford Verona 1990, que adquiriu em 1992 e mantém até hoje em perfeitas condições. Fã da marca, ele ainda registrou meticulosamente todos os custos e a vida útil dos componentes do veículo ao longo desses 27 anos.
Como reconhecimento a essa lealdade, Creso Peixoto foi recebido pelo presidente da Ford América do Sul, Lyle Watters, na sede da empresa em São Paulo e presenteado com uma placa em homenagem ao marco de 1 milhão de quilômetros.
Nascido em Campinas (SP), o engenheiro civil de 62 anos com mestrado em Transportes viveu muitas histórias a bordo do sedã. Dessa experiência veio o desejo de fazer um diário de bordo do carro, assim como fazia com os aviões.
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"Meu primeiro carro foi um Ford Corcel 1973. Desde então, fiquei fã da marca por causa do acabamento e conforto. Por isso, o segundo carro que comprei foi um Corcel versão LDO, que significava ‘Luxuosa Decoração Opcional’. Depois, veio o Verona GLX, que quer dizer Grand Luxo", conta.
Como bom engenheiro, Peixoto se acostumou a fazer o controle de custos dos seus carros. Na maioria das vezes, rodou cerca de 200 mil quilômetros antes de trocar de veículo. Mas decidiu manter o Verona até os 500 mim km para verificar se a curva de manutenção subiria muito, o que não ocorreu. Então, iniciou um novo desafio: fez um reforço estrutural e resolveu rodar com ele até o hodômetro alcançar 1 milhão de quilômetros. "Eu queria conhecer a evolução dos custos", diz.
Com quatro empregos em diferentes cidades paulistas – São Bernardo do Campo, São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto – e rodando mais de 4.000 quilômetros por mês, não foi difícil para o professor alcançar a meta. A jornada tem dados curiosos: nesses 27 anos o Verona consumiu quase 100 mil litros de etanol, 235 litros de óleo no motor, fez 46 trocas de pneus (em duplas) e revisões a cada seis meses com o mesmo mecânico